(Barra do Choça- BA) - “Este é um dia histórico, um marco da pecuária leiteira
baiana”, disse entusiasmado o secretário estadual da Agricultura, engenheiro
agrônomo Eduardo Salles, ao inaugurar, no município de Barra do Choça, sudoeste
da Bahia, a Unidade Demonstrativa do Plano de Desenvolvimento da Pecuária
Leiteira - Leite Bahia. O secretário explicou que a unidade demonstrativa “é um
projeto piloto, que tem o objetivo de aperfeiçoar o plano e corrigir as
possíveis falhas. “Depois, vamos lançá-lo em todo o Estado, com o objetivo de
fazer com que a Bahia alcance a sustentabilidade e autossuficiência na produção
de leite. Hoje a Bahia produz 1,2 bilhão de litros de leite, enquanto que o
consumo chega a 1,6 bilhão.
Salles disse ainda que a Bahia possui o
terceiro maior rebanho leiteiro do País, mas é o 23º no ranking estadual de
produtividade, com a marca de 560 litros/ano por vaca ordenhada, enquanto que em
estados como Pernambuco e Alagoas a produtividade é de 1.500 litros/ano por vaca
ordenhada. “É essa realidade que queremos mudar, e vamos alcançar esse objetivo
com o plano estadual do leite, que lançaremos assim que concluirmos os testes
que faremos nesse projeto piloto”, afirmou. O plano visa também promover o
desenvolvimento econômico e social da cadeia produtiva do leite no
Estado.
O secretário destacou ainda que o Plano de
Desenvolvimento da Pecuária Leiteira - Leite Bahia é uma ação transversal, com a
participação de várias secretárias estaduais, a exemplo da Seagri/Adab/EBDA;
Sema; Sedes; Sedir/Car; Infraestrutura; Ministério da Agricultura (Mapa).
Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA); movimentos sociais, Federação da
Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) e diversos laticínios parceiros.

A solenidade de implantação da Unidade
Demonstrativa foi realizada na quarta-feira (10) na Fazenda Cotefave, uma
comunidade terapêutica que realiza trabalhos SOCIAIS, e contou com as presenças
de secretários de Agricultura de mais de 30 municípios, produtores e técnicos.
No dia seguinte (11), foram realizadas atividades práticas numa fazenda do
Assentamento do Mocambo onde, de acordo com Haroldo Matos, coordenador do plano,
durante um mês técnicos serão capacitados e testados os pilares do plano, para
que NO FUTURO seja implantado em 244 municípios baianos.
Segundo Walter Ribeiro, técnico da Embrapa
especialista em leite, responsável pelo conceito e capacitação dos técnicos,
“este Plano servirá para dar diretrizes para toda cadeia produtiva do leite no
Estado e oferecer assistência técnica, infra-estrutura e tecnologia para os
produtores de toda a Bahia".
Lembrando que a Bahia vem há três anos sofrendo
com a seca, Eduardo Salles disse que “esse é o momento de nos preparamos para o
pós-seca, trabalhando para recuperar as pastagens e os rebanhos com ações
estruturantes. Ele destacou que “nós estamos construindo um plano operacional da
cadeia do leite, elaborado de baixo para cima, prevendo ações imediatas, de
médio e longo prazo, com a cumplicidade de todos os segmentos da cadeia,
concebido no seio da Câmara Setorial do Leite, colocando as responsabilidades de
cada um, como já fizemos com a cadeia da borracha natural e estamos buscando
fazer em breve com as cadeia
s do cacau, ovinocaprinocultura e mel".
Informando que cerca de 50% da pecuária baiana
é desenvolvida pela agricultura familiar, Salles explicou que “vamos trabalhar
inicialmente com 18 mil pecuaristas de leite, principalmente nos assentamentos
que possuem aptidão para produção de leite, entrando o governo com assistência
técnica e infraestrutura, e instalação de laticínios onde a iniciativa privada
não estiver atuando”.
Eduardo finalizou enfatizando e parabenizando
toda a equipe da Seagri, em nome do superintendente de Desenvolvimento
Agropecuário (SDA) Raimundo Sampaio, agradecendo a todos os parceiros e ao
prefeito Oberdan Rocha, citando que Barra do Choça foi escolhida como piloto
pelo exemplo de associativismo e cooperativismo com a agropecuária
familiar.
Para elaborar o Plano de Desenvolvimento da
Pecuária Leiteira, a Câmara Setorial Estadual do Leite ampliou o projeto Caminho
do leite, apresentado pela Faeb e Sindileite. A Câmara é composta por
representantes dos produtores, da indústria, dos movimentos sociais, sindicatos,
associações, cooperativas, Faeb e do governo, dentre outros segmentos.
Fonte:Ascom Seagri