quarta-feira, 14 de maio de 2014

Lavoura e pecuária devem gerar R$450,5 bilhões em VBP em 2014

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou o novo ajuste do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP).
A estimativa da renda a ser gerada em 2014 pelas principais lavouras e rebanhos, tendo como referência abril, é R$450,5 bilhões, 2,4% superior ao valor de 2013 e 0,9% maior do que o indicador projetado, tendo como referência março deste ano. Do total, a receita proveniente das lavouras representa 66%, e a originária da pecuária, 34,0%.
O VBP das lavouras deve ter aumento de 3,8% em relação a 2013. Os produtos que puxaram a alta da renda foram mamona (estimativa de receita 308,0% maior na comparação com o ano passado), algodão (69,7%), pimenta-do-reino (28,5%), laranja (27,9%), batata-inglesa (23,8%), cacau (15,1%), café em grão (11,9%) e banana (11,9%). Em outro sentido, houve retração de 44,1% nos cálculos de ganhos com a cebola e de 20% na receita relacionada à soja em grão.
Com relação à pecuária, o VBP deve ter ligeira retração de 0,3%. A estimativa de renda com bovinos e suínos cresceu ante 2013, respectivamente 17,2% e 9,7%. No entanto, houve queda nas  projeções relativas aos ovos (25,5%), frango (16,8%) e leite (4,8%).
- Os resultados mais favoráveis vêm sendo alcançados pela carne bovina com aumento de 17,2% e da carne suína com 9,7% - afirma o coordenador de Planejamento Estratégico do MAPA, José Garcia Gasques.
Conforme dados do VBP regional, o Centro-Oeste lidera os valores do país com R$112,0 bilhões em 2014, seguido pelo Sul (R$109,0 bilhões), Sudeste (R$107,9 bilhões), Nordeste, (R$43,0 bilhões) e Norte (R$17,9 bilhões). O estado de maior valor de produção é São Paulo, com 58,0 bilhões, seguido de Mato Grosso, com 56,3 bilhões, que representam 25,4% do VBP da agropecuária.
O VBP é uma estimativa da geração de renda no meio rural, e tem sua previsão atualizada mês a mês pelo Ministério da Agricultura, com base em levantamentos de safra divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Fonte: Agência Brasil. 13 de maio de 2014.

Safra de milho deve chegar a 71,72 mi de t; estimativa para soja é 87,6 mi

MILHO
A estimativa de safra de maio da INTL FCStone trouxe uma produção de 71,72 milhões de toneladas para o ciclo 2013/14, um aumento de quase 500 mil toneladas em relação à projeção de abril. Não houve alterações nos números da primeira safra, cuja produção esperada continuou em 30,8 milhões de toneladas.
Safra de milho deve chegar a 71,72 mi de t; estimativa para soja é 87,6 miNo caso da segunda safra, houve uma pequena correção na área plantada e a produtividade média foi elevada para 4,85 toneladas por hectare, devido a revisões no rendimento esperado de alguns estados, que puderam ser mais bem avaliados com o avanço da safra. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, as expectativas para a segunda safra estão boas, apesar de parte do cultivo ter ocorrido fora da janela ideal de plantio. Com isso, a produção estimada da “safrinha” ficou em 40,87 milhões de toneladas.
Em relação ao balanço de oferta e demanda da safra 2013/14, houve um leve aumento nos estoques finais, que alcançaram 6,81 milhões de toneladas, em meio ao ajuste da estimativa de produção. Com isso, a relação estoque/uso também apresentou um leve aumento, ficando em 9,2%. Para as exportações, continuou-se estimando um volume de e 20 milhões de toneladas. Cabe lembrar que as exportações brasileiras de milho estão mais baixas neste início de ano, mas esse padrão é normal para o período. A partir do segundo semestre, com a colheita da “safrinha”, os embarques devem ganhar força.
SOJA
Para a soja, foram feitos ajustes em produtividades de alguns estados, especialmente os que colhem o grão mais tardiamente, mas a produção brasileira continua estimada em 87,6 milhões de toneladas.
No Paraná, o clima seco prejudicou fortemente a safra do noroeste do estado, levando a uma produção 15% menor do que a esperada inicialmente. No Rio Grande do Sul, a maior parte da colheita foi realizada em abril e mostrou rendimento pouco abaixo das expectativas. Com isso, o volume produzido deve ser de aproximadamente 13 milhões de toneladas.
Como se espera uma redução da demanda internacional nos próximos meses, principalmente da China, foi feito um ajuste nas exportações brasileiras e no consumo doméstico, que deve ser praticamente mantido inalterado em relação ao ciclo anterior. O estoque final deve ser de 3,21 milhões de toneladas, ou 3,8% do uso total do país, ficando em um nível ainda confortável.
Fonte: Rural Centro

Produtores podem inscrever imóveis no Cadastro Ambiental Rural

Os produtores rurais já podem iniciar a regularização dos passivos ambientais através de inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), dando o primeiro passo desta ferramenta instituída pelo Novo Código Florestal, Lei Federal nº 12.651/2012.
A novidade surgiu com a publicação do Decreto 8.235 na Edição Extra do Diário Oficial da União (DOU) em 05/05/2014 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8235.htm) e as informações constam no site http://www.car.gov.br.
A publicação do Decreto trouxe regras complementares ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), onde também deve ser feita a adesão, no caso dos produtores com áreas pendentes de regularização ambiental, em que ficará registrada a forma de recuperação, recomposição, regeneração ou compensação das áreas nativas.
O cadastro, neste momento, é uma opção dos produtores e somente terá prazo regressivo de dois anos após a publicação da Instrução Normativa.
O QUE É O CAR: Tal como temos reforçado desde o Simpósio de Agronegócio em novembro de 2013 para adiantar a apresentação deste instrumento aos produtores, trata-se do “documento de identidade da propriedade rural”, um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, para integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APPs, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país.
BENEFÍCIOS DA IMEDIATA REGULARIZAÇÃO: Garante tempo para correções e avaliações cadastrais antes do término do prazo regressivo ainda não instituído. Também a possibilidade de melhor planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural, regularizando as APPs e/ou Reservas Legais, inclusive com reflexos tributários na dedução do ITR. Suspensão de sanções havidas até 22/07/2008. Sem contar as facilidades na obtenção das licenças ambientais e comprovações de regularidade da propriedade.
CONSEQUÊNCIAS DA NÃO REGULARIZAÇÃO: Pode acarretar multas e punições, bem como acesso a financiamentos bancários, entre outras sanções. Também impedirá a obtenção de licenças ambientais para uso ou exploração dos recursos naturais da propriedade.
O QUE FAZER: buscar os profissionais competentes para auxílio na regularização e implementação do CAR, tal como profissionais credenciados a fazer o georreferenciamento, consultoria ambiental e jurídica.
 
PEDRO PUTTINI MENDES (pedro@pmadvocacia.com
Presidente da Comissão de Assuntos Agrários e Agronegócios da OAB/MS, advogado do escritório P&M Advogados Associados (https://www.facebook.com/AdvocaciaAssessoriaJuridica), inscrito na OAB/MS. Pós-graduando com Especialização em Direito do Agronegócio pela UNIARA – Universidade de Araraquara. Pós-graduando com Especialização em Direito Empresarial e Advocacia Empresarial pela LFG e Pós-Graduado com Especialização em Direito Civil e Processo Civil pela Uniderp/Anhanguera.

Confira entrevista exclusiva com Temple Grandin, principal referência em bem-estar animal no mundo, direto do Colorado, EUA

O bem-estar animal tem sido preocupação crescente entre pesquisadores, produtores e consumidores de todo o mundo que passaram a exigir com maior intensidade uma conduta humanitária no tratamento dos animais, no que diz respeito à produção, transporte e abate.
Assim, para mostrar o que está acontecendo de mais atual no Brasil e no mundo frente a área de bem-estar animal, na cadeia produtiva bovina, o BeefPoint preparou algumas entrevistas com diversos pecuaristas brasileiros e diversos profissionais da área, em diversos países, os quais já adotam medidas de manejo que visam as boas práticas de manejo, compartilhando assim alguns casos de sucesso na pecuária de corte nacional e internacional.
Confira abaixo, entrevista exclusiva ao BeefPoint, com Temple Grandin:
BeefPoint: Por favor, conte sobre o trabalho que vem desenvolvendo na área de bovinocultura de corte e bem-estar animal nos EUA – Estado do Colorado. 
Temple Grandin: No caso da pecuária de corte, as maiores melhorias em bem-estar animal foram implementadas nas plantas de abate.
Eu trabalhei com o McDonald’s Corporation para treinar seus auditores que utilizassem um sistema de classificações, com os objetivos de avaliar o manejo animal e o stunning (atordoamento do animal). Além de que, recentemente me envolvi no desenvolvimento e no uso de câmeras de vídeo, monitoradas por uma empresa de auditoria, para garantir que os altos padrões sejam mantidos tanto no manejo quanto no stunning nas plantas frigoríficas de nosso estado. Felizmente, ambos os programas foram muito bem sucedidos.
Mais informações sobre esses programas podem ser encontradas no meu site: grandin.com.
BeefPoint: Qual é a sua visão sobre as práticas de bem-estar animal em seu país?
Temple Grandin: As práticas de manejo animal nas fazendas e confinamentos têm melhorado desde meados dos anos 70 e 80.
Minha aluna de pós-graduação, Ruth Woiwode, recentemente fez uma pesquisa das práticas de manejo de bovinos durante a vacinação dos animais em 28 confinamentos dos Estados Unidos em Kansas, Nebraska e Colorado.
Muitos confinamentos não usavam bastões elétricos e o escore médio para uso de bastão elétrico foi de somente 5,5% dos bovinos. Além de que, menos de 1% dos animais caíram durante o manejo.
BeefPoint: Em relação ao manejo de bovinos, quais os erros mais comuns cometidos pelos pecuaristas?
Temple Grandin: O erro mais comum cometido pelos produtores é deixar os animais excitados, gritando e berrando.
As pessoas precisam se acalmar quando manejam o animal. Quando os bovinos ficam com medo, demora cerca de 20 a 30 minutos para se acalmarem. Animais calmos são mais fáceis de manejar!
BeefPoint: Você acredita que o pecuarista tem procurado empregar técnicas de manejo racional, treinar mão de obra, assim como reestruturar seus hábitos e tradições de anos?
Temple Grandin: Acredito que já avançamos muito no quesito manejo racional e bem-estar animal, mas ainda há a necessidade de mais melhoras no manejo dos bovinos.
BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas em âmbito de bem-estar animal?
Temple Grandin: Os consumidores estão se tornando cada vez mais preocupados com a forma que os animais são tratados. No setor agropecuário precisamos avaliar tudo o que fazemos e fazer as seguintes perguntas.
Fonte: Beef Point
Temple Grandin é professora de Ciência Animal da Universidade do Estado do Colorado e especialista em manejo de bovinos, métodos de abate humanitário e bem-estar animal
 

Vantagens da Carne Brasileira: Alimento seguro e produzido com respeito aos animais para o Mundo!

Você sabia que:
1)      Mais de 90% dos animais no Brasil são produzidos exclusivamente em pastagens?
2)      Para uma idade de abate de três anos, os animais são confinados por menos de 100 dias, o que corresponderia a menos de 10% da sua vida?
3)      Em função do exposto nos dois itens anteriores, em média, o bovino brasileiro passa 99,9% do seu tempo pastejando, o que está mais de acordo seu comportamento natural?
4)      Além da criação preponderante em pastagens, a adoção de práticas de bem-estar animal têm crescido muito, pois para muitas delas, apenas com investimento em treinamento, obtém-se resultados evidentes em melhoria de produção e facilidade de trabalho? Um bom exemplo é na vacinação de um lote, quando basta fazer a contenção individual do animal ao vacinar para que a aplicação fique mais bem feita e o trabalho seja feito em menos tempo!
5)      O grupo genético predominante é o zebuíno, com alta adaptabilidade às nossas condições de clima, e, portanto, ficando menos tempo fora da sua zona de conforto térmico? Por exemplo, observações feitas na Embrapa Gado de Corte com animais em um experimento de eficiência alimentar, indicaram que animais, com opção de sombra artificial, preferiram o sol mesmo com temperaturas maiores do que 30º Celsius.
6)      O zebuíno também é mais resistente aos desafios sanitários (carrapato, por exemplo), o que reduz a frequência de idas ao curral para tratamento, trazendo mais conforto aos animais?
7)      Pelo mesmo motivo do item anterior, usam-se muito menos medicamentos e pesticidas, razão pela qual a carne brasileira é um produto reconhecidamente “limpo”?
8)      Que 1 tonelada de carne produzida no Reino Unido usa 2,5 vezes mais pesticidas (considerando apenas o princípio ativo) que 1 tonelada de carne produzida no Brasil?
9)      A melhor prova que a carne brasileira é uma das mais “limpas” do mundo vem do fato de exportarmos para cerca de 150 países e praticamente não haver alertas para ocorrência de resíduos, sendo que vários deles possuem um elevado grau de controle?
10)   Os últimos casos mais rumorosos, já superados, envolveram resíduo de uma classe de vermífugos nos EUA, cujo limite aceitável foi reduzido em 10 vezes do dia para noite (e cujo valor acima do limite não implica em riscos à saúde) e, mais recentemente, resíduos de ractopanima, considerado seguro pelo Codex Alimentarius da FAO, mas que a Rússia tem restrições?
11)   Além desse aval dado por nossos importadores, temos o “Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes” do Ministério de Agricultura, cujos resultados são públicos e comprovam que a nossa carne bovina é um alimento seguro?
12)   O Brasil é o único grande exportador de carne que não utiliza hormônios na produção de carne?
13)   A carne produzida em pastagem com zebuínos é mais magra, ajudando a se obter um consumo de carne com menor ingestão calórica e com menor quantidade de gordura?
14)   A composição de gordura de animais que consomem mais pastagem é mais interessante do que a de animais produzidos confinados por longos períodos?
15)   Também o teor de vitaminas é maior nos animais produzidos preponderantemente em pastagens?
Os 35 pontos, resultantes da soma dos presentes neste texto com aqueles do texto anterior, dão uma boa ideia de como de nossa produção pecuária tem bons motivos para ser promovida e o todo o país ganhar mais com isso. Certamente, não devo tê-los esgotados. Inclusões de outros pontos serão muito bem vindas. Igualmente, críticas, correções e pedidos de maiores explicações ou referências. Elas podem ser feitas na seção de comentários abaixo. Será muito bom ter ainda mais motivos de orgulho da nossa produção de carne bovina!

Sérgio Raposo

Pesquisador da Embrapa Gado de Corte, agrônomo com mestrado (1992) e doutorado (2002) pela ESALQ/USP, especialista em nutrição animal, atuação em pesquisa com os seguintes temas: exigência e eficiência na produção animal, qualidade de produtos animais e soluções tecnológicas para produção sustentável. sergio.medeiros@embrapa.br

Necessidade de intensificação na produção de bovinos de corte

A população mundial cresce exponencialmente. Em contrapartida, a área para a produção de alimentos de origem animal, como a carne bovina, é cada vez menor. O Brasil passará de 181,7 milhões de hectares (ha) de pastagens em 2011 para 176,3 milhões em 2022, perdendo então 2,97% de área de pastagens. Já as lavouras crescerão de 48,6 milhões de ha em 2011 para 58,5 milhões de ha em 2022, um incremento de 20,37% (Outlook Brasil 2022). Apesar dessa perda de área para agricultura, existe uma previsão para que as exportações de carne bovina tenham um crescimento anual de 4,3% de 2012 a 2022.
Além disso, o novo código florestal determina que os produtores adequem suas propriedades a algumas exigências, como a recomposição de áreas desmatadas com espécies nativas de acordo com o bioma, o que reduzirá ainda mais as áreas efetivas de pastagem da pecuária.
Na contramão desses fatos, o Brasil sempre apresentou uma característica extrativista e extensiva, com baixos índices de produtividade. A alternativa que resta aos produtores é a intensificação, que não deve mais ser encarada como um mito pelos produtores, e sim como uma realidade que pode elevar a rentabilidade de seu negócio.
Pode-se definir intensificação como a racionalização do uso dos recursos limitantes no processo de produção. Ou seja, seria a aplicação de técnicas de forma a utilizar todos os recursos ligados à produção da melhor forma possível, maximizando o resultado financeiro do produtor por meio de aumento da produtividade (@ produzidas/ ha/ ano).
É importante deixar claro que não existe receita certa a seguir, ou sistema de produção ideal, pois cada propriedade e cada região possuem suas particularidades que devem ser levadas em consideração no processo de intensificação. No entanto, alguns fatores importantes devem ser ressaltados e valem para todos os que pretendem intensificar sua produção.
O fator humano é um ponto chave da intensificação. O proprietário deve ser ter um elevado nível de envolvimento com o sistema de produção, ou ter uma pessoa de confiança que assuma tal papel com autonomia e excelência. Os funcionários devem ser treinados para essa nova forma de produção. Se for possível, antes da implantação é interessante levá-los a uma propriedade que já trabalha com manejo semelhante ao proposto. Isso ajuda a criar referência e a entender melhor os reais objetivos da intensificação.
A localização da propriedade também é um ponto importante, pois a compra de insumos e a venda de produtos apresentam alta correlação com o resultado financeiro. É necessário realizar um estudo que liste os principais insumos que serão utilizados na propriedade para, a partir daí, levantar a distância das principais empresas que realizam a comercialização destes produtos, além dos possíveis clientes. Todas essas informações servirão como base para uma negociação bem feita, reduzindo o custo de produção, melhorando as vendas e aumentando a margem de lucro do produtor.
O pastejo deve permitir a maximização da produção animal sem prejudicar em nenhum aspecto as plantas forrageiras. Ao pensar em intensificar a produção, as divisões de pastagens devem ser o primeiro passo observado na propriedade, pois tem o intuito de maximizar o aproveitamento das forragens. Para que seja feito um correto trabalho de redimensionamento da fazenda é muito interessante que se tenha os mapas. Através dos mapas é possível inserir os pontos de divisão atrelados à água e cocho, além de se obter a real dimensão da propriedade e consequentemente do valor a ser investido e seu potencial de produção.
A suplementação é outra importante ferramenta de intensificação. O objetivo dela é melhorar a conversão alimentar de animais em pastagens, encurtar ciclos reprodutivos, reduzir ciclos de crescimento e engorda e aumentar a capacidade suporte dos sistemas produtivos. Isso aumenta a eficiência de utilização das pastagens e supre a deficiência de nutrientes encontradas nelas nas diferentes épocas do ano, assim gerando um incremento na produtividade (@ produzidas / ha / ano). Essa prática deve estar alinhada a uma meta estabelecida de produção, ao fluxo de caixa da propriedade, ao clima regional, para então analisar-se a viabilidade econômica e definir qual o nível de suplementação, período e categorias que irão receber.
O confinamento estratégico caracteriza-se como outro instrumento de intensificação em pecuária de corte. Tem se tornado um ótimo casamento com os sistemas de produção intensificados a pasto, pois proporciona diminuição drástica na taxa de lotação da fazenda no período seco, retirando os animais a serem terminados e permitindo a entrada da reposição, além de proporcionar vantagens já conhecidas, como elevados valores de ganho de peso em curto período, carcaças melhor acabadas, melhor rendimento de carcaça 
, venda de animais acabados durante a entressafra do boi, giro do capital mais rápido devido ao encurtamento do ciclo de produção e maior produção de @/ha/ ano.


Porém, é importante analisar os custos de investimento com instalações, máquinas e os custos elevados com ração concentrada e volumoso servidos no cocho, mão de obra específica e disponibilidade de insumos na região.
Sugere-se que na intensificação de sistemas de gado de corte, a propriedade inicie em uma pequena área (aproximadamente 20% do tamanho total). Essa área servirá de aprendizado para todos os envolvidos no processo. A área deve ser preferencialmente a melhor área da propriedade, a fim de reduzir custos com correção e adubação no primeiro ano. Nos anos que seguem o processo de intensificação, será implantado em toda a propriedade, porém o nível de crescimento estará atrelado à capacidade de investimento do produtor, podendo ser completa já no segundo ano ou crescente de acordo com seu fluxo de caixa e geração de renda com o próprio sistema.
Vitoriano Dornas