quarta-feira, 19 de agosto de 2015

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE


                                                                                               Adriana Calmon de Brito Pedreira

                                                                                               Msc. em Administração Estratégica

A necessidade de contribuir tanto para a sobrevivência do homem, como afirmam Oliveira e Melo, 2010, mas também para legar às gerações futuras um meio ambiente saudável, sem poluição, capaz de produzir alimentos impõem o uso racional dos recursos como agua, solo e animal.

O artigo anterior aqui publicado, cujo título é Produção de gado de corte – desafios para toda a cadeia, finalizou com a abordagem do trinômio genótipo - ambiente – mercado defendida por Euclides Filho, 2010 como responsável pelo sucesso dos empreendimentos pecuários modernos.

É importante reforçar os conceitos de cada um dos elementos acima para que seja possível discorrer sobre a importância de cada um deles no contexto da produtividade. Portanto entende-se por genótipo, o tipo de animal a ser utilizado para formar o plantel - vincula-se portanto à raça ou mesmo a grupos genéticos*¹. Escolher a raça mais adaptada e os animais que mais se adequam às condições climáticas, a oferta de forragem e principalmente aos objetivos organizacionais é ponto de partida para uma produção eficiente e capaz de competir no mercado globalizado.

Pautado nessa escolha o produtor rural deverá focar ou debruçar-se no melhoramento genético através da seleção e do cruzamento dos animais para obter os exemplares e plantel que respondam da melhor forma aos investimentos aplicados. Deve-se entender como seleção a escolha dos animais que serão os pais da próxima geração, e por cruzamento o acasalamento entre animais de raças ou linhagens diferentes.

A seleção e o cruzamento então, precisam produzir animais que estejam e sejam capazes de promover as mudanças desejadas na intenção de responder às demandas do mercado - o outro elemento do trinômio em evidência.

Em falando de mercado portanto, deve estar atento não apenas a preço e a rede de distribuição, mas principalmente às características da carne desde as propriedades organolépticas até as garantias nutricionais e sanitárias exigidas pelos consumidores. Vemos aí portanto o primeiro vínculo do trinômio, no qual o genótipo e o mercado se relacionam compondo uma dependência mutua através de três elementos básicos: precocidade reprodutiva, precocidade no acabamento e desempenho nutricional.

Para que o trinômio seja bem equacionado é fundamental que o genótipo e o mercado estejam em harmonia com o ambiente e quando se fala em ambiente, deve-se compreender que o termo vai muito mais além de características climáticas e de relevo e solo. O ambiente abrange condições sócio econômicas e culturais incluindo obviamente a capacidade da mão de obra local e a própria infraestrutura instalada.

Esses itens supra mencionados são decisivos na adequação às imposições externas que exigirão mudanças nos processos produtivos de forma a torna-los eficazes na entrega do produto ao consumidor final.

Esses três elementos portanto, serão a base para uma produção sustentável, competitiva e dentro de uma perspectiva global de produção de carne bovina que se baseia numa oferta de produtos de qualidade, com constância de oferta e a preços adequados.

 

Fontes de consulta:

EUCLIDES FILHO, K. INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE-MERCADO NA PRODUÇÃO DE CARNE BOVINO NOS TRÓÍCOS.  Disponível em  http://simcorte.com/index/Palestras/s_simcorte/07_kepler.PDF . Visitado em 11/08/2015

 

PIRES, A.V. Bovinocultura de Corte. Piracicaba: FEALQ, 2010. 1510p.

LAZZAROTO, J.; SCHMITT,R.; ROESSING,A. A competitividade da cadeia produtiva da carne bovina. Universidade Federal de Viçosa.

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