sexta-feira, 18 de julho de 2014

A morte súbita é um mal que já atingiu mais de 2,2 milhões de hectares de pastagens em Mato Grosso, segundo uma pesquisa feita em 2011, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O terreno equivale a cerca de 8% da área total do Estado.
Morte súbita é também a suspeita do pecuarista Antônio Silva, de Guarantã do Norte (MT), sobre a causa das manchas no meio de seu pasto, que estão começando a aparecer. Ele conhece bem esses sintomas: já surgiram em outra propriedade dele e provocaram a perda de 30 hectares de pastagem de Brachiaria marandu, o braquiarão:
– Nessa parte que eu reformei gastei mais ou menos uns R$ 25 mil com trator, mão de obra, semente, sem contar o tempo. Se você não cuidar, vem essa juquirona brava, e se for gradear, tem que esperar o tempo de reforma, do capim nascer e formar pasto... Então demora demais e o prejuízo é grande – explica.
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato de Grosso (Indea) está coletando solo em áreas atingidas para pesquisar quais os motivos da morte do capim. São colhidas parte da planta e do solo em pontos diferentes do pasto para montar amostras mais representativas. Sidiney Torres Gomes, gerente regional do Indea, explica:
– Este mal é bem característico e pelo solo também dá pra identificar, em função do broto; a Brachiaria passa por processo de clorose, depois de necrose e depois vem a morrer.
Os primeiros relatos de morte súbita surgiram há mais de duas décadas, mas ainda não existe uma causa definida para a morte do capim. O mal já resultou em perdas superiores a 80% da área de pastagem do Estado do Pará, por exemplo. As suspeitas maiores recaem sobre o encharcamento do solo, a seca e o ataque de pragas como cigarrinha e lagartas. As maiores perdas são em áreas plantadas com braquiarão, a forrageira mais comum em Mato Grosso.
– A gente não tem linhas de pesquisa que indiquem precisamente o que seria a morte súbita, nem sua causa e solução. Estamos sem solução no momento – declarou o engenheiro agrícola Rodolfo Luís Gabiati.
Enquanto não há cura para o mal, alguns pecuaristas estão tentando prevenir a ocorrência de novos casos. Os pastos que foram atingidos estão sendo reformados e o que sobrou do braquiarão está sendo substituído por outros capins com características bem diferentes. O mais usado tem sido o mombaça.
Na Fazenda Princesa, também em Guarantã do Norte, as perdas chegaram a 5% da área de pastagem de um terreno total de 450 hectares. Desde que o problema começou a surgir, há dois anos, boa parte já foi reformada e agora o desafio é se adaptar ao novo capim e resgatar o investimento feito:
A reforma traz dois custos: um é com o investimento em adubação, semente e todo o manejo para se fazer essa reforma. O novo custo é a adaptação ao novo manejo, já que manejar a mombaça é totalmente diferente do braquiarão. – afirma o gerente da fazenda Igor Zanon.
FONTE: CANAL RURAL.

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