segunda-feira, 9 de julho de 2012

Abate humanitário em foco

No dia 1º de janeiro de 2013, a União Europeia lançará novo regulamento para a importação de carne bovina brasileira. O foco principal, agora, é o bem-estar do animal durante o processo do abate nos frigoríficos. A nova lei exigirá que cada empresa tenha um veterinário responsável que garanta a qualidade de vida dos bovinos mesmo a poucos momentos de serem abatidos. Esses cuidados influenciam no sabor da carne, na comercialização e também no lucro do criador. "Se o animal estiver muito estressado, o PH da carne se eleva diminuindo os dias de conservação nas prateleiras e podem ser destinadas aos alimentos embutidos", explica o médico veterinário Douglas Andreolla.
A retirada do animal do pasto até a viagem aos abatedouros deve ser realizada com cuidado para evitar hematomas no rebanho. As contusões são identificadas em três graus: o que afeta apenas a gordura, que fere a carne e o que atinge o osso. "No último caso, se a carcaça tiver essa lesão, o frigorífico retira a parte danificada da carne, que dá uma quebra ao produtor", comenta. Segundo Andreolla, os hematomas mais frequentes são os de primeiro e segundo grau. Já existem regras no Brasil que exigem o abate de forma humanitária. Atualmente, ainda não existe nenhum selo ou protocolo que identifica esse tipo de tratamento.
"O que existe é os selos de identificam o bem estar dos animais durante a produção e não no período de pré-abate", destaca o médico veterinário. Frigoríficos brasileiros estão cientes da nova norma e buscam a adequação. O entrevistado enfatiza ainda que a capacitação da mão-de-obra é essencial para o avanço do abate humanitário no estado, abrangendo empresários, criadores e até os motoristas que fazem o transporte dos bovinos.
Os animais não devem ser tratados com crueldade, não podem ser estressados desnecessariamente, a sangria precisa ser a mais rápida e completa possível, as contusões na carcaça devem ser mínimas, e o método de abate deve ser higiênico, econômico e seguro para os operadores. Esses são alguns dos conceitos do abate humanitário.
Mato Grosso possui frigoríficos desde os anos 70, mas essa nova prática de abate é aplicada desde o início dos anos 2000. "É algo recente comparado com a cultura do consumo de carne bovina provinda de abatedouros", diz o médico veterinário Welito Lacerda. Com a responsabilidade de difundir o abate humanitário, o setor de Desenvolvimento Econômico da Associação Mato-grossense dos Municípios, AMM, pretende criar frigoríficos de baixa produção, que gera emprego e renda, assegura a qualidade do produto a ser consumido e se torna uma opção de mercado para o produtor.
Fonte:Site da Carne

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