sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pecuária mostra eficiência na Rio+20

Os desafios para aumentar a produção e atender a demanda mundial por carne bovina com sustentabilidade foram apresentados por representantes da cadeia pecuária nesta terça-feira, 19, durante participação na Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20.

Para Eduardo Biagi, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), a receita para que a pecuária nacional atenda à demanda é o aprimoramento do processo de melhoramento genético e a transformação do pasto em cultura.
Biagi, que participou como debatedor do painel Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade no Setor de Carnes, defende que é possível ampliar em 55% a produção de carne bovina mantendo o boi no pasto.
A pecuária bovina brasileira ocupa de 180 milhões de hectares para 200 milhões de cabeças, o que significa que a lotação atual é de 1,2 animal por hectare, com a produção de 9,3 milhões de toneladas de carne bovina. "Se dobrarmos a taxa de ocupação podemos produzir a mesma quantidade em metade da área. E ainda, se encurtarmos em 30% a idade de abate dos animais, a produção de carne bovina chegará a 14 milhões de toneladas", aponta.
"São metas factíveis que dependem de gestão, planejamento e política pública. Podemos alcançar esses resultados em 20 anos sem abrir novas pastagens", avalia o presidente da ABCZ, referindo-se a dados do Ministério da Agricultura (Mapa), que mostram que entre 1975 e 2007 a produção bovina avançou 227% enquanto e a área destinada para pastagem cresceu 4%.
"Nós temos uma grande demanda pela frente. O mundo vai precisar de mais de 35 milhões de toneladas de carne bovina nos próximos 40 anos e o Brasil será um dos poucos países capazes de atender esse crescimento, já dominamos as tecnologias, temos apenas que ampliá-las", analisa.
Para Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), que apresentou dados da cadeia pecuária durante o evento, a mensagem principal é a mudança na evolução na produtividade da bovinocultura. "Sabemos que a pecuária não desmata, a área ocupada por pastagem tem diminuído enquanto que a produção segue em ascensão", disse.
Quanto às acusações de desmatamento, o executivo da Abiec esclareceu que já há uma percepção de que os pecuaristas não são os responsáveis pelas novas derrubadas ."Todos já entendem que o problema na fronteira agrícola é fundiário. A pecuária é a consequência, não a causa", afirma.
Além do representante da Abiec, Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) e Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Criadores de Suinos (Abipecs) participaram do evento. O encontro que integrou o painel Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Agronegócio, dentro da programação do Espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana.
Fonte:Site da Carne – 21/06/2012

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