domingo, 16 de outubro de 2011

CNPC rebate insinuações de circulação viral

O Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC) rebateu a declaração de Juan Néstor Núñes, presidente da Associação Rural do Paraguai (ARP) de que existem rumores de circulação do vírus da aftosa nos países do Mercosul. A afirmação foi feita entrevista ao periódico ABC digital, na semana passada. “Se vamos nos basear em rumores, temos muitos de que há circulação viral na zona do Mercosul”, afirmou Núñes. Foco da doença foi reportado à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 18 de setembro, no Paraguai.

O diretor de sanidade do CNPC, Sebastião Guedes, negou a informação e se mostrou preocupado com os eventuais desdobramentos que a mesma possa trazer. “Esta declaração leva a credibilidade [dos países do Mercosul] a níveis críticos. Se existe circulação viral, ela não está no Brasil”, garantiu.
Ele teme a possibilidade de que o status de livre aftosa com vacinação possa ser derrubado, o que traria enormes prejuízos para a economia brasileira. “Este é um risco real, especialmente quando uma autoridade deste porte diz isso”, salienta Guedes.
Para Luiz Alberto Pitta Pinheiro, consultor da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o foco de aftosa no Paraguai ameaça o Plano Hemisférico de Febre Aftosa, que prevê a erradicação do vírus e o status sem vacinação para a América Latina em 2020, “É um avanço essa preocupação com o foco no país vizinho, mas o evento pode fazer com que a meta não seja atingida.” Ouça entrevista completa com Pitta Pinheiro (Clique em ver vídeo).
Guedes defende a necessidade vacinação em massa na região do Chaco, que engloba partes do território brasileiro, paraguaio, boliviano e argentino, para evitar novos casos do vírus da aftosa na América Latina. Segundo ele, trata-se de uma região de difícil trabalho e uma das hipóteses é que existam no local populações suscetíveis, capazes de manter o vírus. “A região deve exigir que esta área seja examinada.”
Maior vigilância no Brasil
O dirigente do CNPC acredita que o Brasil deveria ter mais áreas livres de aftosa sem vacinação. Atualmente, apenas Santa Catarina está nesta condição. Outros dez estados do Norte e Nordeste ainda são considerados de risco e os demais são livres de aftosa com vacinação.
Para Guedes, a fiscalização nas áreas de fronteira pode ser um entrave para estes avanços. “Em algumas regiões, a ação do Ministério da Agricultura (Mapa) é bem feita. E em outros é pior, mas há muito o que melhorar. Se pensarmos em tirar a vacinação, a fiscalização é fundamental.”
Ele acredita que as fronteiras no Centro-Oeste e em Roraima merecem mais atenção. “Contratar mais gente e informatizar o sistema são pontos básicos. É preciso uma gestão mais eficiente.”
Fonte: Portal DBO – 11/10/2011

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