Ameaça de produtos
substitutos:
Produtos que o consumidor pode
adquirir em substituição à carne bovina, podem ser considerados uma ameaça a competitividade
do setor. Frango, suíno, ovino, caprino, peixe e até a soja, são produtos que
podem suprir a necessidade de proteína animal do ser humano. Nesse caso, se
apresentam uma relação custo benefício maior para o consumidor, pode-se ter
risco de diminuição no consumo de carne bovina.
As ações das empresas para
diminuírem o efeito do produto substituto, passam por oferecer um produto de
melhor qualidade, de acordo com as exigências do consumidor, por um preço
competitivo (através de redução de custo unitário e economias de escala), e por
uma articulação da cadeia tal como existe hoje na produção de frango*¹.
Campanhas incentivando o consumo, esclarecendo os benefícios ajudam bastante na
formação da opinião do consumidor.
Poder de negociação dos clientes:
Quanto maior o poder que o cliente tiver em interferir no preço ou na negociação comercial do produto, menor será a competitividade da empresa. O volume de clientes pode interferir nesse poder, pois se ele for reduzido ou concentrado, qualquer alteração na sua perspectiva de compra diminui a capacidade da empresa negociar, dessa forma, ter na carteira uma diversidade de clientes em termos de volume e frequência de vendas melhora para a organização a capacidade de negociar.
Da mesma forma, se o seu produto representa um volume elevado nos custos do seu cliente, ele terá uma tendência de buscar sempre uma negociação mais favorável a diminuir esse custo. Nesse caso, para reduzir esse risco, ou esse poder de barganha dos clientes, a empresa pode buscar diferenciar o produto como já foi sugerido anteriormente inclusive através da criação de valor agregado ao produto que dificultem a mudança de fornecedor por parte dos clientes.
Poder de negociação dos
fornecedores:
Fornecedores de insumos, matéria
prima e equipamentos, dentre outros itens necessários a uma propriedade rural,
podem exercer forte influência nos custos e nos modelos operacionais das
organizações. Alguns motivos que levam a um elevado poder são estruturais do
mercado e que não dependem da ação do produtor, o que não quer dizer que
estrategicamente não se possa driblar essa condição. Um exemplo é o número de
fornecedores existentes no mercado, que quanto mais reduzido, maior o poder que
eles têm na negociação.
Outra situação estrutural que
favorece ao fornecedor na negociação de compras é a ausência de produtos
substitutos no mercado, que impede a organização produtor pode concentrar suas
compras num fornecedor.
Para fugir dessa dependência ou
dessa situação de refém, o produtor pode concentrar suas compras em poucos
fornecedores de forma a ser grande, volumoso e representativo para ele
(fornecedor), trocando o lado da força que deixa de ser do fornecedor para ser
do cliente (produtor).
Concluindo, observa-se na análise
de competitividade da indústria, baseada no modelo de Porter que o produtor
precisa essencialmente trabalhar na propriedade em busca de ganhos em
produtividade, ganhos em escala e diferenciação dentre outras ações
específicas.Essa tarefa só poderá ser efetivada através da profissionalização das organizações, da utilização de tecnologia e da qualificação da mão de obra de forma essencial.
Desenhar sua análise própria e construir as estratégias e planos de ação baseado nesse contexto poderá indicar melhorias consideráveis nos resultados operacionais e financeiros.
*¹ A cadeia do frango desenvolveu sistema de produção integrado,
cortes selecionados, embalagem qualificada e distribuição diversificada.
Adriana Calmon de Brito Pedreira
Msc.
em Administração Estratégica
ANSOFF, H. I.; ROGER, P. D.;
ROBERT, L. H. Do planejamento estratégico à administração estratégica.
São Paulo: Atlas, 1981. p.50.
COUTINHO, L. G.; FERRAZ, J. C. Estudo
da competitividade da indústria brasileira. 2.ed. Campinas: Papirus, 1994.
510p.
LAZZAROTO, J.; SCHMITT,R.;
ROESSING,A. A competitividade da cadeia
produtiva da carne bovina. Universidade Federal de Viçosa.
PORTER, M. E. Competitive
advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free
Press, 1985. p.1-30.
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