O que é a febre aftosa?
É uma doença altamente contagiosa e se espalha rapidamente. Os animais têm febre, aftas na boca, tetas e entre as unhas; se isolam dos outros babam, mancam, arrepiam o pelo e param de comer e beber.
Quais animais podem contrair a febre aftosa?
Bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e animais silvestres que possuam casco bipartido.(duas unhas).
Como a febre aftosa é transmitida?
O vírus está presente na saliva, no líquido das aftas, no leite e nas fezes dos animais doentes. Qualquer objeto ou pessoa que tenha contato com essas fontes de infecção se torna um meio de transmissão para outros rebanhos. A transmissão para humanos é raríssima.
Quais os efeitos da febre aftosa?
A doença pode ser fatal em animais jovens. Os animais afetados não conseguem se alimentar e enfraquecem muito com perda severa de produção de leite e carne. O principal efeito da doença é comercial. Devido ao seu alto poder de difusão, os países estabeleceram barreiras comerciais às regiões onde ocorre aftosa, causando sérios prejuízos econômicos sociais.
O que fazer em caso de suspeita da doença?
Qualquer pessoa que verifique os sintomas nos animais deve comunicar imediatamente ao serviço veterinário oficial. Um veterinário fará a inspeção dos animais e tomará as providências necessárias.
Como a doença é controlada?
A vacinação é fundamental na erradicação e prevenção da aftosa. Se confirmada caso da doença, a principal forma de controle é o isolamento e sacrifício de animais doentes e eliminação de fontes de infecção. Quanto mais rápido for detectada a doença mais rápida será a contenção e menores os prejuízos.
Obs: Já há anos a Bahia está livre desta doença que traz enormes prejuízos comerciais. Somos considerado Zona Livre de Aftosa com Vacinação. Caminhamos em busca do status de Zona Livre sem Vacinação.
Produtor: vacine seu rebanho e leve a sua declaração ao escritório da ADAB de sua região.
Fonte: Adab.Adpatado Gepecorte
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Novembro. Mês da Campanha da Vacinação de Aftosa
Não cabe mais alertar para a necessidade e para a importância comercial e sanitária da vacinação contra aftosa. O Brasil como um dos maiores exportadores mundiais da carne bovina tem a obrigação de manter as atuais zonas livres de aftosa, e mais ainda ampliar as fronteiras internas onde a doença está erradicada. A meta atual é para em breve termos o estado da Bahia com o status de livre sem vacinação.
Para isso é preciso que os pecuaristas façam sua parte: vacinando e declarando nas agências da ADAB o rebanho vacinado.
Nesta etapa da vacinação só devemos vacinar os animais até 24 mm de idade.( exceção para as propriedades que se encontram na zona de proteção)*
No intuito de colaborar com os pecuaristas e seus empregados seguem algumas dicas importantes para que a vacinação ocorra de modo tranquilo e eficaz.
1.Compre suas vacinas somente em lojas registradas
2.Verifique se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2 e 8 graus centígrados
4.Mantenha a vacina no gelo até o momento da aplicação
5.Escolha a hora mais fresca do dia e reúna o gado
6.Durante a vacinação mantenha a seringa e as vacinas na caixa térmica; use agulhas novas, adequadas e limpas.
7.Agite o frasco antes de usar a aplique a dosagem certa em todos os animais: 5 ml
A higiene e a limpeza são fundamentais para uma boa vacinação
Atenção: Não é quebra de recorde para vacinar. A pressa em vacinar gera acidentes com os animais, peões e não é feita uma vacinação correta.
Fonte: Gepecorte. ADAB. SEAGRI
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Cotações do Boi Gordo.
Veja a cotação do Boi Gordo para as principais praças da Bahia e o comportamento do Mercado Futuro.
Cotação Boi
gordo / 28.10.2013
PRAÇA
|
Salvador
|
Teixeira de Feitas
|
Amargosa
|
Itapetinga
|
São
Paulo. BM&F
|
@/ R$
|
R$ 105,00
|
R$ 93,00
|
R$ 100,00
|
R$ 100,00
|
R$ 107,90
|
Base Posto Frigorífico.Pagamento 30
dd. Fonte: Gepecorte/Tortuga
Mercado Futuro / 25.10.2013
MESES
|
OUT
|
NOV
|
DEZ
|
JAN
|
FEV
|
MAR
|
@/ R$
|
R$ 107,63
|
R$ 106,15
|
R$ 105,11
|
R$ 104,76
|
R$
104,26
|
R$ 102,43
|
Fonte: BM&F. Beef Point
Dia de Campo da Faz. Tapete Mágico
No último sábado (26/10) foi realizado, com grande sucesso o segundo Dia de Campo da Faz. Tapete Mágico localizada no município de Conceição de Jacuípe ( Berimbau ).
Uma realização da Faz. Tapete Mágico e da DSM / Tortuga, em parceria com a Dow e Maxxi 3 o evento permitiu aos participantes através da palestra do Dr. Rosendo Lopes e com visita ao campo tomarem contato com uma das ferramentas que mais se desenvolve na pecuária baiana. O semi -confinamento.
Quando a estiagem, obrigou a maioria dos fazendeiros do nosso estado a utilizar a suplementação, como solução para alimentar os seus rebanhos, esta técnica acabou tornando-se ótima solução estratégica nas propriedades baianas.
Já se disse que nas crises é que surgem as grandes oportunidades, e o semi-confinamento tem se tornado uma estratégia bastante eficaz na produtividade na engorda dos bovinos.
Utilizando-se de uma mistura simples ( Fosbovi Confinamento 10 x milho grão moído ) mais o volumoso do pasto tem-se conseguido ganhos em torno de 1,3 @ mês na engorda .
Parabenizamos a Faz. Tapete Mágico, a Tortuga e demais participantes pelo sucesso do evento. Em especial a empresa representante, SUPORTE REPRESENTAÇÕES, através do seu titular Gustavo Resende que acompanha o empreendimento sempre em busca dos melhores resultados para o criador.
Para conhecer melhor sobre o semi-confinamento, e se tem vontade de utilizar esta importante ferramenta na sua fazenda consulte a Gepecorte. ( 71 9965 6881 / 71 3353 3713 )
A carne vermelha! Vilã ou Heroína da Nutrição?
Já é um fato muito conhecido dos antropólogos que a
introdução de alimentos de origem animal foi fundamental para evolução humana.
Alguns estudiosos defendem ainda que o desenvolvimento do processo de cozimento
da carne foi essencial para o desenvolvimento do cérebro avantajado do Homo sapiens, uma vez que isso tornou a
carne mais macia e fácil de digerir.
Durante muito tempo,
até o homem começar a desenvolver a agricultura e abandonar sua característica
nômade, mais da metade das calorias da dieta humana provinha de alimentos
fontes de proteína. Esses dados vem fazendo muitos nutricionistas repensarem se
existiria um prejuízo tão grande de fato em uma dieta hiper proteica, como muito
tempo se pensou. Hoje muitos estudos vem mostrando que a ingestão de
carboidratos e gorduras de forma elevada sem a prática de exercícios físicos é
mais prejudicial do que a ingestão elevada de proteínas, principalmente se essa
ingestão de proteínas a mais, é acompanhada de exercício físico. Além disso, já
existem estudos que mostram que a ingestão de proteínas não afeta a função
renal de forma tão prejudicial como muito tempo se pensou, salvo exceções dos
indivíduos que apresentam problemas prévios nesse órgão. Apesar das proteínas oferecerem um quantidade de calorias muito semelhantes aos carboidratos, elas também vem sendo muito usadas não só em estratégias para ganho de massa em atletas como também na perda de peso, uma vez que oferecem mais saciedade por apresentarem uma digestão mais lenta. Muitos nutricionistas recomendam que as carnes, excelentes fontes de proteínas de alto valor biológico, devem compor pelo menos duas das seis ou sete refeições diárias recomendadas para um indivíduo.
Como tudo em nossa alimentação (e em nossas vida), o ideal é
manter o equilíbrio, e isso significa manter o consumo moderado de todos os
alimentos, inclusive das carnes, na nossa dieta.
Mas as carnes vermelhas? Onde elas se encaixam em tudo isso?
A cor vermelha da
carne do boi é gerada pela presença de
mioglobina, proteína que transporta oxigênio para os músculos. É fato que a
carne vermelha contém mais gordura saturada e colesterol que as carnes brancas,
mas nem por isso ela deixam de ter nutrientes importantes para nossa saúde.A carne do boi tem uma grande quantidade e variedade de nutrientes essenciais para o desenvolvimento, contém aminoácidos importantes e é um alimento riquíssimo em ferro, e por isso é recomendada para prevenir anemia, principalmente em crianças, gestantes e idosos. A deficiência desse mineral prejudica o transporte de oxigênio no sangue. O zinco também está presente na carne vermelha e é um mineral muito importante para nosso sistema imunológico, regulação hormonal e saúde da pele.
A carne vermelha contém ainda uma boa quantidade de
vitaminas do complexo B, que ajudam na formação do DNA e na saúde neurológica.
Um vitamina desse complexo que está presente em na carne é a B12. Essa
vitamina, assim como o ácido fólico, é essencial para fabricação de células
vermelhas e a deficiência destas, pode comprometer desempenho aeróbio. A redução
desse desempenho trará muitos malefícios, entre eles a redução do uso gorduras
no desempenho de nossas atividades, favorecendo o ganho de peso.
Existe ainda outro argumento mostrando que a retirada da
carne vermelha da dieta visando a redução de gordura pode não ser uma
estratégia tão eficiente. A exclusão de carne vermelha muitas vezes leva o
indivíduo a ingerir uma maior quantidade de carboidratos, em especial os
carboidratos simples, que geram picos de insulina no organismo. Esse pico de
insulina é responsável pela lipogênese, processo de conversão de glicose
(presente nos carboidratos) em triglicerídeos, gorduras que serão armazenada no
corpo. Os picos de insulina também podem acarretar em diabetes, uma das doenças
que mais cresce no mundo atual.A carne, por apresentar digestão lenta,
contribui para redução nesses picos de insulina.
Em se tratando da
questão do colesterol, é claro que pessoas com tendência a colesterol ruim devem
sempre fazer acompanhamento nutricional e estar mais atentos a alimentação, mas
convém lembrar que muitos profissionais da saúde concordam que o colesterol é
na verdade, muito mais influenciado por fatores genéticos do que quaisquer
outros. O que não reduz a necessidade de indivíduos que apresentem esse quadro
estarem atentos a alimentação.
Quando nos questionamos como proceder em relação a carne
vermelha na dieta, a resposta acaba sendo um velho clichê: alimentação é
equilíbrio. A carne vermelha pode e deve ser incluída na dieta pois, apesar de
conter alguns pontos negativos, como todo alimento, ela traz benefícios muito
mais significativos para nossa saúde, além de um sabor único e agradável para nossa
espécie, a qual está acostumada a ingeri-la há mais de dois milhões de anos.
E, sem dúvida, nossa saúde alimentar inclui também ouvir,
com sabedoria, as demandas do nosso paladar.
Manuela Pedreira. Graduanda em Nutrição pela UFBA
Fontes: REVISTA SCIENTIFIC AMEERICAN BRASIL, Outubro de
2013.
Valor
nutricional da carne bovina e suas implicações para a saúde humana /
Sérgio
Raposo de Medeiros — Campo Grande, MS : Embrapa Gado de Corte, 2008
Blogs de nutricionistas: http://rodolfoperes.com.br/
http://www.frangocombatatadoce.com/2013/10/28/como-otimizar-a-perda-de-gordura-parte-3-vitamina-b12/
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS NA PRODUÇÃO DE CARNE BOVINA. Parte 2
Continuação do artigo publicado na postagem anterior.
Poder de negociação dos clientes:
Quanto maior o poder que o cliente tiver em interferir no preço ou na negociação comercial do produto, menor será a competitividade da empresa. O volume de clientes pode interferir nesse poder, pois se ele for reduzido ou concentrado, qualquer alteração na sua perspectiva de compra diminui a capacidade da empresa negociar, dessa forma, ter na carteira uma diversidade de clientes em termos de volume e frequência de vendas melhora para a organização a capacidade de negociar.
Da mesma forma, se o seu produto representa um volume elevado nos custos do seu cliente, ele terá uma tendência de buscar sempre uma negociação mais favorável a diminuir esse custo. Nesse caso, para reduzir esse risco, ou esse poder de barganha dos clientes, a empresa pode buscar diferenciar o produto como já foi sugerido anteriormente inclusive através da criação de valor agregado ao produto que dificultem a mudança de fornecedor por parte dos clientes.
Essa tarefa só poderá ser efetivada através da profissionalização das organizações, da utilização de tecnologia e da qualificação da mão de obra de forma essencial.
Desenhar sua análise própria e construir as estratégias e planos de ação baseado nesse contexto poderá indicar melhorias consideráveis nos resultados operacionais e financeiros.
Ameaça de produtos
substitutos:
Produtos que o consumidor pode
adquirir em substituição à carne bovina, podem ser considerados uma ameaça a competitividade
do setor. Frango, suíno, ovino, caprino, peixe e até a soja, são produtos que
podem suprir a necessidade de proteína animal do ser humano. Nesse caso, se
apresentam uma relação custo benefício maior para o consumidor, pode-se ter
risco de diminuição no consumo de carne bovina.
As ações das empresas para
diminuírem o efeito do produto substituto, passam por oferecer um produto de
melhor qualidade, de acordo com as exigências do consumidor, por um preço
competitivo (através de redução de custo unitário e economias de escala), e por
uma articulação da cadeia tal como existe hoje na produção de frango*¹.
Campanhas incentivando o consumo, esclarecendo os benefícios ajudam bastante na
formação da opinião do consumidor.
Poder de negociação dos clientes:
Quanto maior o poder que o cliente tiver em interferir no preço ou na negociação comercial do produto, menor será a competitividade da empresa. O volume de clientes pode interferir nesse poder, pois se ele for reduzido ou concentrado, qualquer alteração na sua perspectiva de compra diminui a capacidade da empresa negociar, dessa forma, ter na carteira uma diversidade de clientes em termos de volume e frequência de vendas melhora para a organização a capacidade de negociar.
Da mesma forma, se o seu produto representa um volume elevado nos custos do seu cliente, ele terá uma tendência de buscar sempre uma negociação mais favorável a diminuir esse custo. Nesse caso, para reduzir esse risco, ou esse poder de barganha dos clientes, a empresa pode buscar diferenciar o produto como já foi sugerido anteriormente inclusive através da criação de valor agregado ao produto que dificultem a mudança de fornecedor por parte dos clientes.
Poder de negociação dos
fornecedores:
Fornecedores de insumos, matéria
prima e equipamentos, dentre outros itens necessários a uma propriedade rural,
podem exercer forte influência nos custos e nos modelos operacionais das
organizações. Alguns motivos que levam a um elevado poder são estruturais do
mercado e que não dependem da ação do produtor, o que não quer dizer que
estrategicamente não se possa driblar essa condição. Um exemplo é o número de
fornecedores existentes no mercado, que quanto mais reduzido, maior o poder que
eles têm na negociação.
Outra situação estrutural que
favorece ao fornecedor na negociação de compras é a ausência de produtos
substitutos no mercado, que impede a organização produtor pode concentrar suas
compras num fornecedor.
Para fugir dessa dependência ou
dessa situação de refém, o produtor pode concentrar suas compras em poucos
fornecedores de forma a ser grande, volumoso e representativo para ele
(fornecedor), trocando o lado da força que deixa de ser do fornecedor para ser
do cliente (produtor).
Concluindo, observa-se na análise
de competitividade da indústria, baseada no modelo de Porter que o produtor
precisa essencialmente trabalhar na propriedade em busca de ganhos em
produtividade, ganhos em escala e diferenciação dentre outras ações
específicas.Essa tarefa só poderá ser efetivada através da profissionalização das organizações, da utilização de tecnologia e da qualificação da mão de obra de forma essencial.
Desenhar sua análise própria e construir as estratégias e planos de ação baseado nesse contexto poderá indicar melhorias consideráveis nos resultados operacionais e financeiros.
*¹ A cadeia do frango desenvolveu sistema de produção integrado,
cortes selecionados, embalagem qualificada e distribuição diversificada.
Adriana Calmon de Brito Pedreira
Msc.
em Administração Estratégica
ANSOFF, H. I.; ROGER, P. D.;
ROBERT, L. H. Do planejamento estratégico à administração estratégica.
São Paulo: Atlas, 1981. p.50.
COUTINHO, L. G.; FERRAZ, J. C. Estudo
da competitividade da indústria brasileira. 2.ed. Campinas: Papirus, 1994.
510p.
LAZZAROTO, J.; SCHMITT,R.;
ROESSING,A. A competitividade da cadeia
produtiva da carne bovina. Universidade Federal de Viçosa.
PORTER, M. E. Competitive
advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free
Press, 1985. p.1-30.quinta-feira, 24 de outubro de 2013
ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS NA PRODUÇÃO DE CARNE BOVINA. Parte 1
No século XXI, os produtos
oriundos da agropecuária tiveram uma participação diferenciada no percentual do
gasto realizado pelas famílias. Isso não significa que a população esteja
comendo menos ou pior (ao menos pela ótica econômica), mas que os preços
agrícolas não aumentaram tanto quanto os preços de outros componentes da
despesa fixa das famílias. Habitação, saúde, transporte, lazer e outros itens
tiveram aumento representativo e acima da inflação.
Essa mudança, ou melhor, essa
perda de valor, ou essa elevação abaixo da inflação ou ainda a diminuição dos
preços em muitos casos, são sentidas pelos produtores quando eles percebem que a
conta está difícil de fechar com saldo positivo.
A luz no fim do túnel chama-se competitividade. Palavra mágica? Não, mas
um conjunto de análises, ações, decisões e processos que poderão ajudar a
trilhar novos caminhos. Competitividade é a capacidade ou a potencialidade que
as empresas têm em ter êxito ou sucesso diferenciado em relação aos
concorrentes.
Obter êxito superior aos
concorrentes porém, não deve ser necessariamente o foco do produtor rural no
momento, visto que a pecuária, de forma mais específica, segundo Porter(1991) é
uma indústria fragmentada. O foco deve ser superar-se!
Esclarecendo sobre a indústria
fragmentada, para que possamos seguir adiante, entende-se como um setor onde o
volume de participantes é elevado, mas que nenhum desses participantes detém
parcela significativa do mercado capaz de interferir no composto ou no
comportamento da indústria, assim como não há fidelidade dos clientes em
relação aos fornecedores, já que o produto não tem diferenciação (a produção agropecuária
é commodity), os custos de transporte
são elevados e em muitos casos não há vantagem de tamanho na relação com
fornecedores. Além de ter preços ditados pelo mercado.
Pois bem, se o produtor tem
problemas com preço final da sua produção, sofre influência dos altos preços
dos insumos, serviços e matéria prima, se seu produto não tem diferenciação,
não se beneficiam da fidelidade de clientes e ainda não são capazes de
influenciar o setor, será que estão num negócio de louco?
Nem tanto. O contexto do ambiente
no passado permitia lucrar e sobreviver numa condição de inércia e amadorismo,
agora temos um negócio como outro qualquer e precisamos ser competitivos,
buscar superação, melhorar as performances produtivas, comerciais e
consequentemente financeiras, tornar o setor como um todo mais competitivo e
não só a unidade produtiva. Isso pode ser possível através da reversão de algumas
dessas situações.
“A competitividade de determinada região, ou de determinado setor numa
região está na dependência da competitividade das suas empresas, é fundamental
que estas elaborem estratégias concorrenciais que permitam, ao longo do tempo,
determinar uma posição sustentável no mercado” (Coutinho e Ferraz, 1994). Dessa
forma cuidar da nossa empresa rural e transformá-la numa fazenda competitiva
contribuirá a médio prazo para uma maior competitividade do setor como um todo
naquela região.
O “Papa” do estudo da estratégia,
Igor Ansoff afirmou em 1981 que as empresas se relacionam com o ambiente de
duas formas: a primeira por um comportamento operacional competitivo quando ela
busca obter lucro do ambiente ao produzir de maneira mais eficiente, garantir
um segmento de mercado e conseguir melhores preços. A segunda forma de
relacionamento é estratégica, através da qual a firma procura melhorar ou
substituir seus produtos por outros mais adequados ao mercado, encontrar novos
mercados e novos clientes em busca de potencial de lucros futuros. Tudo isso
depende da capacidade da empresa de identificar novas demandas, desenvolver
novos produtos e adotar novas técnicas de produção e marketing.
De forma mais prática Porter,1985
traz um modelo que permite contextualizar a organização dentro do sistema ou do
ambiente competitivo de forma a desenvolver essa performance estratégica. Ele
sugere cinco elementos que interferem de forma decisiva na intensidade da
concorrência assim como na capacidade de ser rentável. São eles: a) rivalidade
entre empresas do setor, b) ameaça de novos concorrentes, c) ameaça de produtos
substitutos, d) poder de negociação de clientes e por fim e) poder de
negociação dos fornecedores.
Rivalidade entre empresas do
setor:
A rivalidade é expressa pela
tentativa das empresas em melhorarem seu desempenho, ou sua posição no setor. A
intensidade dessa rivalidade, pontua a favor ou contra um melhor desempenho e é
expressa por alguns fatores tais como:
·
Concorrentes numerosos: Quanto maior o número de
firmas atuantes no setor e em tamanhos equivalentes, mais instável ele é. No
caso da pecuária de corte, já foi mencionado que essa situação é característica
do setor, porém esse fator ainda não dificulta a ascensão de uma firma
isoladamente ao ponto de diminuir as possibilidades de rentabilidade diferenciada.
·
Ausência de diferenciação ou baixo custo de
mudança: o produto carne é uma commodity, não existe diferenciação o que
permite ao consumidor trocar a qualquer momento de fornecedor, sendo esse fator
um contraponto à rentabilidade. Diferenciar seu produto pode ser um caminho.
·
Custos fixos elevados: Se as organizações do
setor possuem elevados custos fixos, essa rivalidade é acirrada pois elas
precisam aumentar a produção para equilibrar esses custos o que pode gerar um
excedente na oferta. No caso da produção pecuária aumentar a produtividade para
diluir os custos fixos e alcançar custos unitários menores é uma alternativa certeira.
O aumento na oferta não trará, no médio prazo, excedente no mercado, portanto a
alternativa diminui a intensidade da rivalidade.
·
Elevadas barreiras à saída: São fatores que
fazem a organização continuar operando mesmo com rentabilidade baixa ou retorno
de capital investido negativo. Exemplo desses fatores: custo elevado de saída
do negócio (passivos trabalhistas, manutenção de recursos produtivos),
inter-relações estratégicas (vínculos entre empresas do mesmo grupo), barreiras
emocionais (vínculo familiar, vínculo com empregados, orgulho).Se essas
barreiras existem deve-se portanto buscar que o negócio funcione, diminuindo
tamanho, revendo os modelos produtivos, os ciclos de produção, as estratégias
de comercialização etc.
A entrada de novas empresas no
setor sempre gera um aumento de produção e de oferta do produto. Esse aumento
traz consequências para o setor pois com o excesso de oferta há uma forte
tendência a ocorrer diminuição de preço e por consequência de rentabilidade.
Isso já sabemos, assim como que a entrada de novos produtores de carne tende a
não trazer fortes influências no mercado.
Tende a não trazer? Sim, tende,
pois a atividade oferece barreiras que dificultam a entrada de novos
pecuaristas tais como:
·
Custo elevado para entrar no negócio - comprar
uma fazenda e dar-lhe condição de produzir exige capital elevado.
·
Longo período de produção - o giro na produção
de carne é longo, a receita demora a acontecer, o que depende de um capital de
giro mais robusto.
·
Acesso a canais de distribuição – conhecer
fornecedores tanto no setor a montante quanto no a jusante é fundamental para o
desenvolvimento e funcionamento operacional da fazenda.
·
Curva de aprendizagem - o exercício da atividade
por longo período oferece uma experiência ao produtor que pode ser imensurável
do ponto de vista da vantagem em relação a um novo produtor. Esse fator muitas
vezes impede o propenso novo entrante a seguir nesse mercado.
·
Preço de mercado – se o preço do produto no
mercado for baixo e a demanda não for expansiva, em função dos altos
investimentos o novo entrante tende a perder o interesse pelo negócio.
Vale ressaltar que se esse novo entrante for
grande, capitalizado, articulado estrategicamente de forma a ter uma
rotatividade maior, uma relação comercial eficiente, custos unitários reduzidos
etc, ele poderá abrigar uma quantidade representativa do fornecimento de carne
local e de fato representar uma ameaça aos instalados.
Adriana Calmon de Brito Pedreira
Msc.
em Administração Estratégica
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