TECNOLOGIA – GESTÃO, PRÁTICA E EFICIÊNCIA NA FASE DE CRIA
Adriana Calmon de Brito Pedreira
Msc.
em Administração Estratégica
Este texto é fundamentado na
pesquisa de três autores da UFRGS, Barcellos, Oiagen e Christofari publicada no
XX Reunión ALPA e XXX Reunión APPA
realizada em Cusco no Peru. Devido a relevância do tema, da insistência da
Gepecorte em discutir as questões tecnológicas da pecuária e da forma didática
como a pesquisa foi apresentada, o artigo busca esclarecer sobre a importância
do impacto sistêmico no uso das tecnologias.
A utilização do fluxograma abaixo
é fundamental para o entendimento do caráter sistêmico que as operações
apresentam no contexto da pecuária de cria, que por sua vez, como já foi
abordado em outros textos neste mesmo blog, tem uma responsabilidade ímpar e
extrema no movimento de desenvolvimento da qualidade do rebanho nacional e
consequentemente da carne ofertada no mercado pelas propriedades brasileiras.
FIGURA
1:
FONTE: Barcellos,J.O.J
Arch.Latino americano vol. 15 -2007
Observa-se que todas as etapas
são integradas, que funcionam progressivamente, através de processos sucessivos
e dependentes. Ou seja, o que é aplicado em qualquer uma das etapa trará
consequências para as próximas e essa condição determina a necessidade de um
acompanhamento constante e criterioso dos processos aplicados.
Nas atividades rurais e
consequentemente na pecuária de cria, o custo das tecnologias é influenciado por
variáveis controláveis e não controláveis. Essa condição obriga aos gestores a
avaliarem de forma cuidadosa, baseados nas pesquisas desenvolvidas, a magnitude
da resposta que elas, as tecnologias, ofertam. Os Sistemas de Apoio a Decisão
(SAD) são importantíssimos nesse contexto, pois trazem informações concretas
dos resultados alcançados.
O fluxograma acima, permite
conhecer todas as etapas de produção, identificar as de maior, media ou pequena
relevância no contexto, de dar percepção do grau de influência das etapas e das
intervenções nos processos seguintes assim como identificar as que necessitam
de interferência tecnológica para desenvolver melhor performance.
Como pode-se observar, na fase de
cria, tudo começa com a seleção dos animais que participarão da estação de
monta (EM). Bem verdade que decidir pela EM, que é uma tecnologia, já faz parte
do processo decisório que pautado em dados dos registros dos nascimentos na
propriedade, irá de forma natural determinar o melhor período para instalar a
EM. Ou seja, percebe-se nesse primeiro exemplo a dependência sistêmica das
etapas.
As tecnologias são divididas em
tecnologias de insumos e de processos. Eles se desenvolvem paralelamente e
muitas vezes com forte ou total interdependência entre si. Um exemplo pode ser
o sistema de desmama precoce que é uma tecnologia de processo, mas que precisa
de uma suplementação nutricional (para os bezerros apartados), que é uma
tecnologia de insumos. A falta de compasso entre elas pode comprometer os
resultados e o produtor pode perder a noção, ou a ideia, ou ainda a certeza de
qual evento, (insumo ou processo) interferiu no resultado alcançado.
Para isso os pesquisadores referenciados acima
sugerem um sistema de introdução progressiva de tecnologia, que permite avançar
na melhoria do plantel e dos resultados quantitativos tanto em produção quanto
em retorno financeiro como um todo, e de forma integrada que eles chamaram de
suporte a introdução de tecnologia .Um avanço gradativo dos processos e requisitos básicos avançando até o manejo tático e contingencial.
Dentro das perspectivas apontadas
na figura entende-se como processo e requisitos básicos a gestão do
conhecimento e dos processos, tais como:
a) Biótipos
adaptados (raças e cruzamentos)
b) Composição
de rebanho (% de novilhas, primíparas, secundíparas, touros)
c) Época
de monta e parição (duração, estação do ano, disponibilidade de pasto)
d) Descarte
e seleção (eliminação de vacas vazias e absorção de novilhas precoces)
e) Sanidade
(prevenção)
f) Lotação
Continuaremos com o final do artigo na próxima edição.
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