segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

TECNOLOGIA – GESTÃO, PRÁTICA E EFICIÊNCIA NA FASE DE CRIA



TECNOLOGIA – GESTÃO, PRÁTICA E EFICIÊNCIA NA FASE DE CRIA

                                                                                                   Adriana Calmon de Brito Pedreira

                                                                                                  Msc. em Administração Estratégica

Este texto é fundamentado na pesquisa de três autores da UFRGS, Barcellos, Oiagen e Christofari publicada no XX Reunión ALPA e XXX Reunión APPA realizada em Cusco no Peru. Devido a relevância do tema, da insistência da Gepecorte em discutir as questões tecnológicas da pecuária e da forma didática como a pesquisa foi apresentada, o artigo busca esclarecer sobre a importância do impacto sistêmico no uso das tecnologias.

A utilização do fluxograma abaixo é fundamental para o entendimento do caráter sistêmico que as operações apresentam no contexto da pecuária de cria, que por sua vez, como já foi abordado em outros textos neste mesmo blog, tem uma responsabilidade ímpar e extrema no movimento de desenvolvimento da qualidade do rebanho nacional e consequentemente da carne ofertada no mercado pelas propriedades brasileiras.
FIGURA 1:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Barcellos,J.O.J  Arch.Latino americano vol. 15 -2007
Observa-se que todas as etapas são integradas, que funcionam progressivamente, através de processos sucessivos e dependentes. Ou seja, o que é aplicado em qualquer uma das etapa trará consequências para as próximas e essa condição determina a necessidade de um acompanhamento constante e criterioso dos processos aplicados.
Nas atividades rurais e consequentemente na pecuária de cria, o custo das tecnologias é influenciado por variáveis controláveis e não controláveis. Essa condição obriga aos gestores a avaliarem de forma cuidadosa, baseados nas pesquisas desenvolvidas, a magnitude da resposta que elas, as tecnologias, ofertam. Os Sistemas de Apoio a Decisão (SAD) são importantíssimos nesse contexto, pois trazem informações concretas dos resultados alcançados.
O fluxograma acima, permite conhecer todas as etapas de produção, identificar as de maior, media ou pequena relevância no contexto, de dar percepção do grau de influência das etapas e das intervenções nos processos seguintes assim como identificar as que necessitam de interferência tecnológica para desenvolver melhor performance.
Como pode-se observar, na fase de cria, tudo começa com a seleção dos animais que participarão da estação de monta (EM). Bem verdade que decidir pela EM, que é uma tecnologia, já faz parte do processo decisório que pautado em dados dos registros dos nascimentos na propriedade, irá de forma natural determinar o melhor período para instalar a EM. Ou seja, percebe-se nesse primeiro exemplo a dependência sistêmica das etapas.
As tecnologias são divididas em tecnologias de insumos e de processos. Eles se desenvolvem paralelamente e muitas vezes com forte ou total interdependência entre si. Um exemplo pode ser o sistema de desmama precoce que é uma tecnologia de processo, mas que precisa de uma suplementação nutricional (para os bezerros apartados), que é uma tecnologia de insumos. A falta de compasso entre elas pode comprometer os resultados e o produtor pode perder a noção, ou a ideia, ou ainda a certeza de qual evento, (insumo ou processo) interferiu no resultado alcançado.
Para isso os pesquisadores referenciados acima sugerem um sistema de introdução progressiva de tecnologia, que permite avançar na melhoria do plantel e dos resultados quantitativos tanto em produção quanto em retorno financeiro como um todo, e de forma integrada que eles chamaram de suporte a introdução de tecnologia .Um avanço gradativo dos processos e requisitos básicos avançando até o manejo tático e contingencial.
Dentro das perspectivas apontadas na figura entende-se como processo e requisitos básicos a gestão do conhecimento e dos processos, tais como:
a)      Biótipos adaptados (raças e cruzamentos)
b)      Composição de rebanho (% de novilhas, primíparas, secundíparas, touros)
c)       Época de monta e parição (duração, estação do ano, disponibilidade de pasto)
d)      Descarte e seleção (eliminação de vacas vazias e absorção de novilhas precoces)
e)      Sanidade (prevenção)
f)       Lotação
Continuaremos com o final do artigo na próxima edição.
 
 

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