De “praxe”, escrevo sobre gestão, mas estudo muito
sobre a área de produção, pois gerenciá-la faz parte do ambiente sistêmico da
administração e torna-se empolgante para aqueles que amam a pecuária.
A área de produção em qualquer atividade é a
primeira a gerar fatos, informações, demandas, etc, pois ela comanda o
espetáculo! Tudo depende do que produzimos, de como produzimos, para quem
produzimos, quanto e quando produzimos. Administradores chamam a área de
produção de coração do sistema administrativo.A suplementação mineral, faz parte do “como” produzimos no processo de produção. Ela é uma atividade fundamental para a saúde do rebanho e por isso decidi por abordá-la tecnicamente nesse texto.
Suplementar significa acrescentar alguma coisa ou ainda preencher uma deficiência, portanto através da suplementação podem ser fornecidos diversos nutrientes ao animal que possam contribuir para melhorar a saúde animal, o desempenho reprodutivo, produtivo, de ganho de peso, de melhoria da carne etc.
Uma das mais importantes suplementações para bovinos no Brasil é a mineral, em função do baixo teor de alguns minerais tais como fósforo, cálcio, magnésio e potássio nos solos brasileiros. Essa é uma regra geral para todo o país, com pequenas variações no seu amplo território.
A oferta de alguns minerais, através do consumos de forragens naturais como pastagem e silagem, chega a no máximo 70% das necessidades básica diárias de um bovino em processo de produção de carne ou de leite. Patologias graves podem ser causadas pelo baixo consumo de macro e micro minerais, gerando perdas produtivas e econômicas no plantel. Por isso suplementar com sal mineral se torna tão importante para a produtividade da fazenda.
O consumo de suplemento mineral pelos bovinos pode variar em função de muitos aspectos que devem, inclusive serem observados pelos produtores de forma a que a oferta gere resultados positivos e não custos adicionais na planilha de caixa. São eles:
a) Fertilidade do solo e tipo de forrageira: Pastagem melhoradas permitem menor consumo de mineral
b) Estação do ano: Na época seca, em função do aumento no teor das fibras das forrageiras, a digestibilidade é dificultada e o suplemento mineral é mais procurado pelo animal como forma de compensar essa falta de disponibilidade.
c) Exigência individual: Quanto mais elevado o nível de produção, maior será o consumo. Durante a gestação e lactação por exemplo há uma representativa elevação na carência mineral e consequentemente no consumo do mesmo.
d) Salinidade da água ofertada: Se a água ofertada for salobra há um menor consumo dos minerais já que o fonte de palatabilidade do mineral é o NaCl (cloreto de sódio- sal comum) adicionado à mistura dos outros macro e micro elementos.
e) Palatabilidade da mistura: A depender do tipo de mistura ofertada o animal irá consumir mais ou menos gramas dessa mistura. O consumo menor ou maior gera distorções ou no animal ou no bolso do produtor.
f) Frequência na oferta: Fornecimento de suplemento mineral deve ser diário ou no máximo a cada dois dias. A mistura exposta ao tempo sofre variações que podem dificultar o consumo.
g) Forma física dos minerais: Blocos de minerais, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Sal Mineral) ASBRAM, geram um consumo 10% inferior aos minerais ofertados em forma de pó.
h) Cochos: Localização, dimensão, altura e disposição interferem decisivamente no consumo de minerais.*
COCHOS MAL LOCALIZADOS E SEM MANUTENÇÃO |
Essa característica sistêmica das organizações pede atenção especial em todas as etapas dos processos, sejam eles administrativos ou produtivos. Às vezes o gestor não se preocupa com um saco a mais ou a menos de mineral consumido, mas este pode ser de fato uma fonte de problemas futuros.
*A Gepecorte dispõe de plantas de cocho, com suas dimensões adequadas assim como fichas de controle de consumo.se precisar é só consultar.
Bibliografia:
www.tortuga.com.br
Guia prático para correta suplementação pecuária – Publicação Asbram
Nenhum comentário:
Postar um comentário