segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Brasil decide jogar pela regra na negociação dos embargos à carne bovina


Nem a confirmação do embargo peruano à carne bovina brasileira fez o Brasil mudar o tom. Até março, a ordem é seguir o manual das boas maneiras nas negociações, para, só então, comprar uma briga na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A suspensão do Peru é por 90 dias, ampliando para 10 o número de países com algum tipo de restrição – além dos nove com embargo à carne bovina, há ainda o Chile, que suspendeu a aquisição de farinha de carne e ossos do rebanho bovino brasileiro, mas mantém as compras da carne bovina. Os embargos vieram depois da confirmação, no mês passado, do registro de um caso não clássico da vaca louca em 2010, no Paraná.
Segundo o Ministério da Agricultura, os países que já deixaram de comprar a carne brasileira são responsáveis por uma pequena parcela das exportações, cerca de 5%. A maior preocupação é a Arábia Saudita, que figura entre os maiores importadores. Ainda assim, o país já autorizou o embarque de gado vivo do Pará.
Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, diz que o Brasil buscará negociações até março antes de tomar qualquer ação mais forte. A medida é recomendada pela OMC.
– Temos expectativa de que nesses três primeiros meses, a gente consiga remover os embargos. Se depois deste período não conseguirmos sucesso com algum país específico, sempre cabe recurso à OMC. E o Brasil não se furtará de fazê-lo – destacou.
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, cada caso precisa ser avaliado individualmente. O dirigente defende o diálogo com mercados que pediram informações técnicas ao ministério e o endurecimento com Japão, Coreia do Sul e Taiwan, que fecharam as portas para o produto "sem explicações".
Fonte:Canal Rural – 04/01/2013

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