terça-feira, 28 de agosto de 2012

Menor oferta eleva preços da arroba

Devido à insatisfação de pecuaristas com os preços do boi gordo, a oferta de animais para abate reduziu em várias regiões consultadas pelo Cepea nos últimos dias. No estado de São Paulo, o Indicador do boi gordo Esalq/BM&FBovespa registrou elevação de 1,32% entre as duas últimas quartas-feiras, fechando a R$ 90,84 na quinta-feira (23). No acumulado do mês, a alta do Indicador é de 1,11%. Já no mercado da carne com osso na Grande São Paulo, mesmo com a aproximação do final do mês, período em que atacadistas costumam reforçar os estoques para as vendas na semana seguinte, não se notou aquecimento significativo da demanda. De acordo com dados do Cepea, a carcaça casada do boi fechou a R$ 5,94/kg, estável em sete dias.
Fonte:Beef World – 24/08/2012





Pastejo rotacionado diminui gastos na criação de gado leiteiro em MG

Foi preciso tirar o gado do confinamento e aumentar a área de pasto.
Os irmãos Daniel e João Santos começaram a criar gado leiteiro há mais de 20 anos, em Passos, a 370 quilômetros de Belo Horizonte, na fazenda Triângulo. Para diminuir gastos e aumentar os lucros da fazenda, os produtores de leite fizeram uma mudança geral na forma de criação e investiram no pastejo rotacionado.
"Trabalhamos com gado puro holandês confinado, que é o costume da nossa região. A alimentação é toda no cocho, o dia todo, bem à vontade, então era confinamento total. A área que hoje é pastagem, a gente plantava milho para silagem, fazia duas safras, safra e safrinha, sempre silagem para alimentar esse gado", relata Daniel.
O diagnóstico da fazenda Triângulo mostrou números desanimadores. A fazenda gastava 93% do que arrecadava e precisava reestruturar o rebanho. Só 40% das vacas produziam leite. Os outros 60% dos animais eram bezerras e novilhas.
A principal mudança no manejo da fazenda foi tirar os animais do confinamento e transformar a área onde havia cultivo de milho em pasto. Com a implantação do pastejo rotacionado, é preciso fazer um planejamento para definir onde cada lote de vaca vai ficar. O objetivo desse sistema é aumentar a eficiência da pastagem, já que é feito um calendário onde sempre haverá partes do pasto sendo usadas e partes em descanso, para que a planta se recupere.
Na fazenda Triângulo a área total do pastejo é de 18 hectares. Foram feitos quatro módulos com 26 piquetes, cada. No primeiro módulo, entra o lote de novilhas; no segundo, o das vacas de maior produção; no terceiro, o lote das vacas com produção intermediária; e no quarto, o das vacas com menor produção, já em fim de lactação.
Duas ordenhas são feitas por dia: uma às 6hs e outra às 15hs. Após a ordenha da tarde, as vacas são liberadas para o piquete determinado, onde passam a noite toda pastando. A cerca elétrica já tem que estar aberta, para que elas saibam o caminho.
No verão, a lotação é de 12 vacas por hectare e, no inverno, de seis. Assim que o lote de vacas sai, o piquete recebe adubação química de nitrogênio e adubação orgânica, feita com o esterco recolhido no próprio curral.
O esterco é recolhido três vezes ao dia, levado para uma trincheira coberta e misturado à cama de frango, da criação de aves que os irmãos têm em outro sítio. Com o trator, o esterco aduba a pastagem diariamente.
 O mombaça é o carro-chefe da pastagem, pois rebrota sozinho e dá o ano todo. No inverno, porém, quem se sobressai é o azevém, durante junho e julho, e a aveia, durante agosto e setembro. Quando o tempo começa a esquentar, o mombaça toma conta da área de novo.
"Com essas forrageiras, a fazenda ganhou em produtividade. Ela passou de 1300 litros de leite para 2400 litros. Outro ponto fundamental é que esse pasto tem muita proteína. Ela tem 22% de proteína, enquanto uma silagem de milho tem apenas 8%. Hoje, a proteína está incidindo num custo muito pesado na produção de leite. Então, com isso, a gente consegue fazer um concentrado com pouca proteína", explica Fernando.
Para enfrentar horas no pasto, o gado precisa ser mais rústico. Antes mesmo de deixar o confinamento, Daniel e João já estavam criando vacas girolandas - cruzamento de holandês com gir. Agora estão testando um outro tipo: jersey com holandês, um gado muito comum na Nova Zelândia, popularmente chamado de jersolando.
Quatro anos depois de implantado o novo sistema na fazenda, os números estão mais animadores. O custo de produção em 2009 era de R$ 0,89. Hoje está em R$ 0,64 por litro de leite. Se antes gastavam 93% do que arrecadavam, em 2011 fecharam com 71%.
Fonte:O Leite – 27/08/2012

Intensificação da pastagem pode melhorar em 62% receita bruta do pecuarista, aponta Boletim da CNA

Os impactos das regras do novo Código Florestal em vigor para a pecuária de corte foram analisados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). Eles avaliam que, devido à obrigatoriedade de retirar parcela de terra e recompor a área com espécies nativas, o produtor deve manter seus rebanhos numa área menor. Neste caso, eles precisam intensificar o uso das pastagens com o objetivo de, num primeiro momento, evitar a diminuição do rebanho.
O levantamento mostra que a intensificação de pastagem, além de gerar um melhor aproveitamento da área da propriedade, pode elevar em 42% a taxa de lotação e em 62% a receita bruta do pecuarista.
O boletim Ativos da Pecuária de Corte, elaborado pelo Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) analisa, ainda, o custo para recuperação de florestas nativas e os custos de produção da atividade.
Entre os insumos usados na pecuária de corte, os preços dos adubos e dos corretivos foram os que mais subiram nos últimos meses. No acumulado até junho, a alta do grupo adubos e corretivos para pastagens foi de 5,13%, resultado influenciado pela demanda aquecida para a cultura da soja, a valorização do dólar e a recente compra de grandes quantidades de uréia pelos norte-americanos. O estímulo para se ampliar a produção de soja decorre das quebras de safra na América do Sul e nos Estados Unidos, situação que impulsionou os preços para níveis recordes.
Fonte:Boi Pesado – 24/08/2012

Mapa cria grupo para modernizar a defesa agropecuária



O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira (20/8) a Portaria nº 769, instituindo o Grupo de Trabalho que vai propor a estruturação do Centro de Inteligência e de Formação em Defesa Agropecuária. O objetivo da medida é o aperfeiçoamento e a modernização dos processos da defesa agropecuária em todo o território nacional.
O Grupo de Trabalho será composto por um representante titular e um suplente de cada um dos seguintes órgãos: Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS); Secretaria-Executiva (SE); Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa); e a Associação Nacional dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária (Anteffa). O Grupo de Trabalho será coordenado por um representante da SDA que se reportará ao secretário Executivo, José Carlos Vaz.
O relatório final deverá ser apresentado no prazo de 90 dias, contados a partir de 3 de setembro de 2012, para aprovação do Secretário Executivo e apreciação do ministro Mendes Ribeiro Filho.
Fonte:Globo Rural – 20/08/2012

Com alta no preço do farelo de soja, poder de compra do pecuarista de corte diminui, de acordo com pesquisa

O preço do farelo de soja registrou alta de 4,8% em agosto, em relação à cotação de julho, segundo a Scot Consultoria. Este foi o oitavo mês consecutivo de aumento, e, conforme pesquisa da empresa, desde janeiro, os preços do insumo subiram 110,3% em São Paulo. A tonelada do farelo de soja está cotada, em média, em R$ 1.381,00 no Estado. Em relação ao mesmo período do ano passado, o produto está 112,5% mais caro.

Considerando a praça de São Paulo, são necessárias 15 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de farelo. Isto significa 133,3% (8,6 arrobas de boi gordo) a mais para a compra da mesma quantidade do alimento, na comparação com agosto de 2011.
Em curto prazo, a expectativa da Scot é de mercado firme, porém, sem muito espaço para alta de preços. O ritmo de alta da soja grão diminuiu e a procura por farelo, nos atuais preços, está menor. Para este ano, a expectativa é de que a produção brasileira de farelo seja 9,8% menor, frente a 2011. A demanda interna, porém, deve aumentar 2,6%.
Preços dos derivados e do boi gordo
O preço de venda do couro verde no Brasil Central (45 quilos) equivale a 4,7% do preço pago pelo boi gordo (16,5 arrobas) em São Paulo, conforme a consultoria. Esta relação é 0,9 ponto percentual maior que no início do ano. Desde janeiro, o boi gordo recuou 7,9%, enquanto o derivado teve valorização de 14,3%.
A relação de preços média desde o início de 2009 é de 3,8%. O número representa 0,9 ponto percentual a menos que a atual. Para o sebo, a relação entre o preço de venda de 18 quilos do produto e o valor do boi gordo está em 2,1% - igual à média do período analisado e 0,2 ponto percentual superior à do início do ano.
Fonte:Canal Rural – 24/08/2012

.Programa para erradicação da brucelose e da tuberculose tem pouca adesão de criadores

A brucelose e tuberculose são doenças que estão presentes em todo o território nacional e preocupam não só pelo prejuízo econômico, mas também por serem zoonoses. Em 2001, foi lançado um programa nacional de controle e erradicação destas duas doenças, mas a adesão dos produtores, que é voluntária, ainda é muito pequena.

Na região de Orlândia, no Estado de São Paulo, dos 12 municípios que o projeto abrange, apenas quatro propriedades têm o certificado do programa. Uma delas é a fazenda Santana da Estiva, no município de Morro Agudo, no norte de São Paulo, duas pequenas marcas no pescoço de todos os animais chamam a atenção. O pelo raspado tinha uma razão importante. Era dia de teste de tuberculose e também de coleta de sangue para exame de brucelose.
Os dois exames são feitos anualmente para revalidar o certificado que a fazenda recebeu em maio de 2009, documento que é um dos grandes orgulhos de Maria Beatriz e Francisco Marcolino, os donos da propriedade. O certificado é emitido pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação de Tuberculose e Brucelose Animal, do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento. Se um único animal apresentar sinais de alguma das doenças, a fazenda tem o certificado suspenso. Se em um próximo exame der positivo novamente, o documento é caçado.
Para entrar no programa e receber o certificado, a propriedade precisa apresentar três exames negativos para as duas doenças num período mínimo de nove meses. O programa adota procedimentos diferentes para as propriedades de gado de corte e de leite. Para o gado de leite, o rebanho inteiro precisa ser examinado, tanto para receber, como para manter o certificado. Já para o gado de corte os exames são por amostragem e a propriedade recebe um atestado de monitorada para as duas doenças.
Fonte:Canal Rural – 17/08/2012

JBS espera crescimento da exportação de carne brasileira durante o ano

O JBS, gigante do setor de carnes, espera ver um aumento do volume exportado de carne bovina do Brasil, mas o preço pode ceder um pouco, afirmou o diretor de Relações com Investidores, Jeremiah OCallaghan, ontem, em teleconferência. Já o presidente do JBS, Wesley Batista, disse que o mercado interno para carne bovina deverá ter um segundo semestre melhor, mas não será nada "eufórico".

A empresa espera também resultados sólidos no Mercosul em bovinos, couros e no segmento de aves, afirmou Batista.
Ainda de acordo com o CEO, o negócio de bovinos nos Estados Unidos deverá ter bons resultados no segundo semestre.
"Esperamos registrar dois dígitos de margem, crescendo de forma sustentável por um período nos próximos trimestres no Mercosul", disse Batista.
Ele demonstrou otimismo com a operação de aves nos Estados Unidos, mas reconheceu que o segmento terá de enfrentar o desafio da alta dos grãos. Ele ponderou que será necessário repassar custos para compensar os insumos mais caros.
A companhia trabalha com um cenário favorável, especialmente para o Brasil no segundo semestre, depois da expansão realizada recentemente, quando foram agregadas dez unidades de bovinos no Brasil, com capacidade de abate de 2 milhões de cabeças por ano.
"Vamos ter sólidos resultados nos próximos anos, e que serão sustentáveis devido ao ciclo de baixa do gado, ao câmbio [valorização do dólar] e da melhor utilização da capacidade instalada", afirmou Batista em teleconferência para detalhar resultados do segundo trimestre.

O JBS registrou lucro líquido de 169,5 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo prejuízo no mesmo período do ano anterior, de 180,8 milhões de reais. O resultado foi atribuído à expansão e melhora da receita no negócio de bovinos.
Segundo Batista, na prática, o lucro líquido atingiu 212 milhões de reais, uma vez que o ajuste aplicado no resultado representa o provisionamento do imposto de renda no passivo, um valor registrado em caixa, mas que não foi desembolsado.
Com o processo de expansão e a melhora das exportações do Brasil no período, o JBS registrou um aumento da necessidade de capital de giro, o que tende a ser reduzido no próximo semestre. "O que tinha para consumir de capital de giro pela necessidade de expansão já veio", afirmou o presidente.
Batista disse na teleconferência que o mercado interno para carne bovina deverá ter um segundo semestre melhor, mas não será nada "eufórico".
O diretor de relações com investidores, Jeremiah OCallaghan, disse esperar um aumento do volume exportado de carne bovina do Brasil, mas o preço pode ceder um pouco, afirmou.
Fonte:Beef World – 17/08/2012