Os frigoríficos pretendem alterar a cadeia da carne para ganhar novos mercados e aumentar o faturamento.
Em vez de sair à procura de clientes após abater o gado, pretendem vender o produto antes mesmo de adquiri-lo.Hoje, a indústria compra o gado, abate os animais e vende a carne. A nova proposta é primeiro vender a carne, para só depois abater o animal que se enquadre exatamente nas exigências do comprador.
Antônio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), espera que, com isso, os frigoríficos atendam melhor o mercado e fidelizem o cliente, além de otimizar a produção.
"Hoje, se o boi tem 20% de gordura e o cliente quer apenas 10%, a indústria tem que retirar o excesso. Com a mudança, vamos procurar o produtor que faça boi com 10% para esse mercado", afirm"Tem que do mercado partir para o boi, e não fatiar o boi e ir atrás do mercado."
Com o modelo atual, afirma Camardelli, o Brasil faz carne "ingrediente", vendida sem valor agregado. Mudando a cadeia, diz, pode chegar à carne "culinária", um pouco mais valorizada, e daí à "gourmet", com alto valor agregado --e com chances de entrar em mercados nobres, como Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul e Japão.
PRODUTOR
Na disputa com frigoríficos pelo preço do boi, os produtores esperam ser remunerados para produzir aquilo que o mercado deseja.
"O Brasil tem como produzir o boi que o consumidor quiser. Mas tem que ser pago por essa qualidade", defende Luciano Vaccari, presidente da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso).
Para Vaccari, produto diferenciado implica custos mais altos. "Se o cliente quiser boi com cupim vermelho, a gente pinta. Mas alguém tem que pagar o cara que vai pintar o boi e a tinta usada."
Ele usa como exemplo as carnes de grife, que já existem no Brasil: têm mais qualidade, mas são mais caras. "Não há como fazer isso sem remuneração."
O preço da arroba bovina caiu 3% em julho, para R$ 93, contrariando a expectativa de recuperação. No início do ano, a arroba valia R$ 100.
Site Carne – 13/07/2012
COMENTANDO
Se por um lado esta notícia traz um aspecto muito positivo, quando demosntra que um dos elos da cadeia produtiva da carne, está preocupada em atender o consumidor naquilo que êle deseja, assumindo posições modernas de estratégia de gestão e marketing, proporciona que o elo fornecedor (pecuaristas) desta carne diferenciada possa se posicionar perante os outros elos de forma possível pró ativa e positiva. Também êle fazendeiro deve estar interessado que o consumidor esteja na ponta final da cadeia satisfeito com o produto que chega até a sua mesa. Isto é criar mercado cativo e sustentável. No entanto não podem indústria e varejo quere agregar valor aos seus produtos sem também remunerar o produtor com parte deste ganho marginal.O moderno posicionamento de uma cadeia produtiva é o famoso ganha-ganha onde todos os elos saem satisfeitos e justamente remunerados. Não é mais tempo do pecuarista transferir parte de sua renda para frigoríficos e supermercados, com estes capitalizando sozinhos os ganhos e trunfos de oferecer produto diferenciado ao consumidor.
GEPECORTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário