A palestra abordará as estratégias para a nutrição de vacas leiteiras. Para saber um pouco sobre os assuntos que serão discutidos na apresentação de Flávio, leia a entrevista que ele concedeu à Pamela Alves, analista da Scot Consultoria.
Scot Consultoria: A suplementação com cana-de-açúcar é mais vantajosa em relação à silagem?
Flávio Portela: Não existe recomendação geral que vale para todos os casos. A cana-de-açúcar, quando trabalhada de forma correta, permite produzir forragem mais barata que a silagem de milho, seja por unidade de matéria seca ou de energia. Sua produção por área é normalmente maior que a da silagem de milho, o que pode ser vantajoso para pequenas propriedades.
As desvantagens da cana são o menor valor nutritivo e a necessidade de dose maior de concentrado para a mesma produção de leite, em comparação com a silagem de milho. Quando o custo do concentrado está elevado, a vantagem do menor custo da matéria seca ou da energia da cana pode ser anulada em relação à silagem de milho, em virtude da maior dose de concentrado para a mesma produção de leite.
Scot Consultoria: Como está a conversão alimentar média do rebanho brasileiro, em quilos de matéria seca por litro de leite?
Flávio Portela: A vaca média brasileira produz ao redor de 5 litros de leite por dia. Apenas o gasto da vaca para manutenção já resulta em conversão ruim. Esse número na verdade ninguém sabe o quanto é, mas com certeza é muito ruim quando se pensa na média de produção da vaca brasileira.
Scot Consultoria: Qual o gargalo, em termos de nutrição, que existe na pecuária leiteira nacional?Flávio Portela: Infelizmente ainda é a falta de forragem em quantidade e qualidade adequada durante boa parte do ano. Algo extremamente básico.
Scot Consultoria: A suplementação proteica/mineral tem sido utilizada no ano todo, em maior proporção? O produtor está consciente da necessidade de utilização destes produtos para aumentar a produtividade?
Flávio Portela: Os poucos levantamentos disponíveis indicam que grande parte das vacas leiteiras no Brasil recebe algum tipo de suplementação. O problema é que ainda é comum o produtor fazer uso de concentrado para tentar sanar a falta de qualidade e de quantidade adequada de forragem no sistema de produção.
O nível e fonte de suplementação recomendada dependem de vários fatores, como potencial genético do animal, nível de produção, qualidade da forragem, disponibilidade e preço dos suplementos e valor pago pelo leite.
Scot Consultoria: Devido ao preço e tendência, principalmente da soja, quais os alimentos que aparecem como principais opções para suplementação este ano?
Flávio Portela: As opções de suplementos proteicos são limitadas no Brasil. Fora o farelo de soja, fonte principal, há oferta regional de farelo de algodão e farelo de amendoim. Ingredientes médios em proteína, como o caroço de algodão, o refinazil, o promill, o resíduo de cervejaria e o farelo de girassol, quando incluídos na dieta, reduzem a necessidade de farelo de soja.
Fonte:Globo Rural – 22/07/2012
COMENTANDO
Não há como produzir proteína animal, seja ela carne ou leite, sem um bom planejamento nutricional para a propriedade rural. A oferta de volumoso em qualidade e quantidade adequada para engorda, reprodução e produção de leite é fundamental na attividade pecuária. O uso de ferramentas de suplementação nas ocasiões de estiagem normal ou prolongada e atípica são também técnicas que devem ser incorporadas ao sistema produtivo visando não haver perda de rentabilidade da atividade.
O pecuarista tem que se convencer urgente de algumas coisas:
1.Tornar-se um agricultor de suas pastagens
2.Planejar seu estoque nutricional para épocas de escassez
3.Entender sua fazenda como um complexo indústria/ comércio onde a gestão é ponto capital para um bom desempenho.
GEPECORTE
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