quarta-feira, 16 de maio de 2012

Debate contra concentração de frigoríficos ganha força no país

A busca para frear a linha ascendente da concentração das indústrias frigorificas nas mãos de poucos grupos e a linha descendente dos pequenos frigoríficos, ganha força no Brasil, principalmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que detêm os maiores rebanhos bovinos brasileiros.

"Estamos em busca de explicação para saber por que alguns grupos foram abençoados com recursos públicos vindos do BNDES e outros não?", pergunta o superintendente da Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso, Luciano Vacari.
Os pequenos frigoríficos não tiveram, e continuam não tendo, ajuda do crédito oficial para se manter "e o resultado disso é que o pequeno fecha por falta de crédito e o grande, que foi abençoado pelo BNDES, compra o pequeno e gera a famigerada concentração".
Informações da Acrissul dão conta que a concentração da indústria frigorifica hoje é algo tão preocupante que somente 8 frigoríficos respondem por 29,4% de todo o abate no País. Em Mato Grosso do Sul três frigoríficos respondem dos 70% dos abates. "É preciso que saibamos nos posicionar em relação a este entrave que vem sendo desenhado pela concentração da indústria frigorífica. Se não agirmos unidos e com eficiência, poderemos nos tornar no futuro meros integrados, como já acontece na produção de suínos e aves", compara Chico Maia, presidente da Acrissul.
O BNDES, imputou ao povo brasileiro, prejuízos através de sociedades firmadas com grupos frigoríficos". Vacari ainda pondera, que "se o BNDES pulverizasse esse crédito a situação seria bem diferente e o banco deve explicações sobre isso, não só aos produtores, mas à sociedade brasileira, que no final é a que paga a conta".
Participam da reunião em Campo Grande, o presidente da Acrimat, José João Bernardes, e o vice-presidente, Jorge Pires e o superintendente, Luciano Vacari, o presidente da Acrissul, Francisco Maia, da União Democrática Ruralista, comparece o presidente Luiz Antônio Nabhan Garcia, e do Pará estará o presidente da Associação dos Exportadores de Boi em Pé, Gil Oliveira Reis.
OPINIÃO
Está crescendo em algumas regiões o movimento contra a alta concentração na mão de uns poucos frigoríficos da comercialização de carne bovina, gerando um desequilíbrio na negociação que prejudica bastante os produtores. A notícia da reunião no Mato Grosso do Sul das Associações de Produtores foi veículada ontem neste Blog, e agora vamos aguardar o que surgirá de concreto que possa melhorar a relação entre produtor e indústria. Estamos de olho.

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