quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Abate clandestino de animais representa metade da carne produzida na Bahia

A Bahia abate em média, em frigoríficos oficiais, aproximadamente 100 mil bois por mês, metade da capacidade de abate mensal no Estado, estimada em 200 mil animais. Estima-se que 45% da carne bovina seja produzida ilegalmente. A carne representa 25% do PIB agrícola do Estado, mas estima-se que 45% dos bovinos e 90% dos caprinos sejam abatidos ilegalmente. A carne clandestina vale 50% menos e esses abates ainda não pagam impostos. Para falar sobre o tema, o Jornal da Pecuária, exibido no Canal Rural, entrevistou o presidente do Sindicato das Indústrias de Carne da Bahia, Julio Farias.
Fonte :Canal Rural – 05/11/2011.
Descentralização contra abate clandestino
Diante do desafio de reduzir o abate clandestino na Bahia, a Secretaria da Agricultura (Seagri), por meio da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), lançou em 2010 o projeto de descentralização de abates. A iniciativa prevê a construção de frigoríficos com capacidade para abater de 30 a 100 animais por dia e integra estratégia do Estado para reduzir a atuação dos abatedouros irregulares. Neste modelo, o abate acontece na região do produtor, reduzindo os custos do frete e facilitando o acesso do pecuarista a abatedouros regulares.

Segundo Alex Bastos, diretor executivo da Associação de Frigoríficos do Nordeste (AFIN), a decisão de construir novos abatedouros só aumentará a taxa de ociosidade das plantas em operação podendo até inviabilizar atuação de frigoríficos privados, caso não haja uma revisão das localidades onde as plantas serão instaladas.
Na Bahia, há 30 frigoríficos fiscalizados, que abatem bovinos, suínos, ovinos e caprinos, para abastecer os 417 municípios do Estado. As plantas com serviço de inspeção federal ou estadual estão operando com produção muito inferior à capacidade instalada. Em algumas regiões, a taxa de ociosidade passa de 75%. Segundo a Associação de Frigoríficos da Nordeste (AFIN) existem, pelo menos, 39 abatedouros de bovinos clandestinos em operação no Estado.
Além disso, o executivo afirma que a receita destes pequenos frigoríficos não cobriria as despesas.
Fonte:Portal DBO – 08/11/2011.

As notícias e informações acima são uma clara demonstração do quanto é desorganizada a cadeia da carne no nosso estado. 
E com tamanha escala de abate clandestino acabam perdendo todos os elos da cadeia.
Infelizmente o produtor dentre os componentes do setor é certamente aquele que mais sofre com tal desorganização. Devido a sua baixa capacidade de barganha e pouco poder e vontade associativista não tem força junto a frigoríficos e supermercados de negociar preços e condições comerciais mais favoráveis para o seu produto.



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