A extensão da fronteira entre Brasil e Paraguai, que é de 1.365,4 km, e as estradas clandestinas podem colocar em risco os rebanhos brasileiros, de acordo com o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), entidade que representa os profissionais responsáveis por fiscalizar todos os produtos de origem animal e vegetal que ingressam no Brasil. No Paraguai, segundo a associação, mais de mil cabeças de gado já foram sacrificadas. Os focos de febre aftosa localizados no Paraguai, próximo a fronteira com o Brasil, têm preocupado, apesar das medidas tomadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para evitar que a doença chegue ao território brasileiro. A ocorrência, segundo a ANFFA, traz à tona uma antiga reivindicação da entidade junto ao MAPA, a necessidade de aumentar o número de fiscais federais agropecuários. "Aproveitamos para reforçar o quanto nosso trabalho é importante para a segurança alimentar do país. Precisamos de mais fiscais para trabalhar nessa frente", alerta o presidente da ANFFA Sindical, Wilson Roberto de Sá
Responsáveis pela fiscalização agropecuária, os fiscais federais agropecuários trabalham com uma estrutura ainda insuficiente. Atualmente, o quadro conta com 3.549 profissionais na ativa. O Brasil possui 16 mil quilômetros de fronteiras com 10 países, 8 mil quilômetros de litoral e cerca de 600 pontos de entradas e saídas de mercadorias. De acordo com a ANFFA Sindical, é preciso realizar, com urgência, um levantamento da necessidade de distribuição do pessoal de fiscalização e também novos concursos para preencher os postos de trabalho vagos ou ocupados indevidamente por contratações temporárias. "Para atender a demanda atual seriam necessários, no mínimo, mais 6 mil profissionais", avalia o presidente da ANFFA Sindical.
Os fiscais federais agropecuários são servidores de carreira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), agrônomos, farmacêuticos, químicos, médicos veterinários e zootecnistas. É de responsabilidade deles garantir a segurança e qualidade dos alimentos, já que atuam diretamente na vistoria dos produtos de origem animal e vegetal nos portos, aeroportos e postos de fronteira, campos brasileiros, empresas agropecuárias e agroindustriais, nos laboratórios, programas agropecuários, e até mesmo nas relações internacionais.
A matéria é do jornal Valor Econômico
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