Adriana Calmon de Brito Pedreira
Msc.
em Administração Estratégica
Considerando que nos moldes da
economia moderna a competitividade é uma das bases para a sustentabilidade do
negócio, a mensuração de desempenho torna-se uma prática relevante no
planejamento das empresas rurais. Isso vale tanto para as empresas individuais
como também para a concepção de competitividade da cadeia produtiva.
Definir o que deve ser mensurado
é uma das tarefas mais importantes no contexto da gestão, pois as medidas
escolhidas dependerão basicamente da complexidade do processo produtivo
adotado, como também da expectativa de uso posterior dos dados coletados, sem
falar nas especificidades da própria atividade econômica.
Callado,2010 apud Neely, Gregory
e Platts,2005, apresenta algumas tendências relacionadas ao que ele denomina
como eixos temáticos importantes, associados aos fatores de desempenho. São
eles:
1. Exercer
uma gestão de desempenho e não um sistema de mensuração;
2. Mensurar
o desempenho da cadeia de suprimento e das redes envolvidas e não só os índices
internos da propriedade;
3. Mensurar
ativos tangíveis e intangíveis;
4. Permitir
flexibilidade no sistema de mensuração de forma a adaptar-se as mudanças.
Deve-se compreender que
indicadores de desempenho são referências importantes na tomada de decisão, que
por sua vez, é a atividade principal na gestão das empresas. Eles quantificam a
eficiência e ou eficácia dessas decisões no futuro próximo e eventualmente
apontam a direção da readequação e correção do processo vigente de gestão.
Alguns autores e estudiosos
categorizam os indicadores e o fazem baseado em diferentes fatores. Alguns os
definem de acordo com a finalidade da informação que fornecem, por exemplo:
a) Indicadores
de visibilidade – indicam pontos fortes e pontos fracos da propriedade;
b) Indicadores
de controle – indicam a variação de desempenho em relação a padrões pré
estabelecidos;
c) Indicadores
de melhoria e motivação – apresenta o desempenho de acordo com as metas
estabelecidas.
Outros, como Harrington,1993
classificam os indicadores em dois grupos, indicadores qualitativos – de
atributos e indicadores quantitativos – de variáveis. Ainda é possível citar a
proposta de Lantelme, 1994 que sugere uma classificação em dois conceitos:
a) Indicadores
de desempenho específicos - que fornecem informações para o gerenciamento geral
e de processos individuais e que ainda podem ser subdivididos em indicadores de
desempenho gerencial e operacional.
b) Indicadores
de desempenho global – apresentam o desempenho de uma empresa ou de um setor em
relação ao ambiente em que está inserida.
Além dessas, muitas outras opções
poderiam aqui ser citadas e analisadas, mas o fato importante é que nenhuma
delas pode ou deve ser considerada como uma classificação definitiva e a
escolha deverá estar vinculada não só as especificidades da atividade assim
como com a habilidade dos profissionais envolvidos em utilizar cada uma delas.
Estando entendida a questão dos indicadores
é importante também entender a questão da mensuração que conforme Neely et al,
2005, envolve três conceitos importantes:
a) Mensuração
do desempenho – que é o processo de qualificar a eficiência e ou efetividade de
uma ação.
b) Medida
de desempenho – que é a métrica utilizada para quantificar a eficiência e ou
efetividade de uma ação
c) Sistema
de mensuração de desempenho – conjunto de métricas utilizadas para quantificar
a efetividade e a eficiência das atividades.
Bronzo e Oliveira, 2005 defendem
que implantar um sistema de mensuração de desempenho consiste em definir os
diversos indicadores que irão compor esse sistema. Não necessariamente esse
sistema precisa ser integrado, mas precisam sim estar contextualizados no
âmbito de um sistema de mensuração de desempenho.
O desempenho global da
organização agropecuária corresponde ao completo espectro de todas as
atividades desenvolvidas no âmbito da empresa e o que se sugere que seja
avaliado são números financeiros e não financeiros, sem perder a ótica das
classificações sugeridas acima.
Os principais indicadores
financeiros sugeridos são:
1. Faturamento
($)
2. Vendas
a prazo ($)
3. Rentabilidade
do patrimônio (%)
4. Margem
bruta (%)
5. Lucro
unitário (cabeça -@ – lote) ($)
Os principais indicadores não
financeiros sugeridos são:
1. Capacidade
de produção
2. Volume
de produção
3. GMD
(Ganho médio / dia )
4. @/Hectare/ano
e ou Kg Leite /Hectare /ano
5. Taxa
de desfrute
De posse de dados como os
sugeridos acima, as organizações rurais poderão analisar o desempenho das
atividades passadas, avalia-las e tomar decisões que permitam fazer melhorias
quando não alcançados os índices pré estabelecidos, reavaliar os parâmetros em
vigência e estabelecer novos padrões para futuros eventos.
Fontes de consulta:
CALLADO,
A.A.C. Agronegócio/Antônio André Cunha Callado (organizador). 3edição –
São Paulo: Atlas,2011
PIRES, A.V. Bovinocultura de Corte. Piracicaba: FEALQ, 2010. 1510p.
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