Um dos maiores especialistas em carnes no país, Marcos Bassi morreu no domingo (24/3) no começo da tarde no Hospital Sírio Libanês. Ele lutava contra um câncer de pulmão e esteve internado várias vezes recentemente. O velório será na Rua São Carlos do Pinhal, 376. Dali o corpo será levado segunda-feira (25/3), às 14h para o Cemitério do Araçá.
Marcos Guardabassi era dono do restaurante Templo da Carne, no Bixiga. Tinha 64 anos. Filho de italianos, nasceu e cresceu no bairro do Brás. Começou como ambulante, vendendo dobradinha, aos oito anos de idade. Na juventude, com a ajuda da mãe, D. Mafalda, conseguiu um espaço no Mercadão onde abriu o primeiro açougue.
Autodidata, aprendeu tudo sobre a carne. Mas descobriu a vocação de churasqueiro depois de transferir seu açougue para a Rua Humaitá, no Bixiga e instalar ali uma churrasqueira. Não chamou o lugar de açougue, mas de Casa de Carnes Bassi.
Foi ali que começou a estudar as técnicas de preparo, experimentar diferentes alturas da grelha, testar maneiras distintas de assar, cortes, temperaturas. Inaugurou seu primeiro restaurante, o Bassi, em 1978, na rua 13 de Maio. Num projeto de expansão, teve problema com sócios, acabou em dificuldades e vendeu sua marca para conseguir dinheiro para refazer os negócios. E foi assim que o Bassi virou Templo da Carne.
Criador do corte bom-bom de alcatra, foi Bassi quem deu valor à fraldinha, peça considerada de segunda por muito tempo e hoje apreciadíssima pela maciez e pela pouca quantidade de gordura.
Divertido, falante, Bassi circulava pelo restaurante e adorava esticar a conversa com os clientes, explicar detalhes do corte. Só não achava muita graça quando alguém insistia em pedir a carne bem passada.
Animado, circulava pelos eventos de gastronomia, mesmo nos períodos em que esteve doente. Nas festas do Paladar estava sempre acompanhado pela mulher Rosa, e pelas filhas Tatiana e Fabiana, que o ajudavam no restaurante.
Além do DVD A Magia do Churrasco, Marcos Bassi é autor do livro Carnes e Churrasco, lançado no fim do ano passado.
Bassi costumava receber os amigos em uma sala reservada do restaurante. De pé, em frente à churrasqueira ia assando a carne e contando histórias. Vai fazer falta.
Fonte: Estadão.
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