Análise de Gilda M. Bozza, Economista da DTE/FAEP
O caos logístico brasileiro vem interferindo na comercialização das commodities agrícolas, haja vista as dificuldades do produto brasileiro para atender em tempo hábil a demanda mundial. Com isso, tradicionais compradores do Brasil procuram outros mercados, caso do interesse pela soja norte-americana.
Ocorrem que os investimentos em obras de infraestrutura não tem acompanhado a evolução da produção agrícola. A capacidade da armazenagem brasileira é de 121 milhões toneladas e considerando uma produção nacional de grãos de 185 milhões, tem-se um déficit de 64 milhões de toneladas.
No transporte de soja, de Cascavel até o Porto de Paranaguá, verifica-se uma perda de renda de US$ 4,00 por saca, correspondente a 12% do valor inicial. É um custo alto, resultado das deficiências sérias de nossa infraestrutura. O preço recebido pelo produtor de soja – ou qualquer outra commodity – é calculado de frente para trás. Há um preço CIF, isto é, colocado no porto de destino e que vale para a soja, milho ou outro qualquer produto.
A partir desde preço, vão sendo deduzidos os preços das diferentes etapas do processo de comercialização. O que sobra desta conta é o que ganha o produtor rural, deduzidos, é claro, os custos diretos de produção. Portanto, o custo logístico significa perda de lucratividade.
Fonte: Agrolink
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