segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Exportações brasileiras podem ser prejudicadas após escândalo de adulteração de carne na Europa


Segundo analistas, porém, setor brasileiro não deve ser tão impactado em função da pequena representatividade da União Europeia entre os mercados importadores.
Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha mostrou que quase um terço dos adultos parou de comer refeições prontas e que 7% dos entrevistados suspendeu completamente o consumo de carne após o escândalo causado pela presença de DNA equino em produtos que supostamente seriam feitos apenas com carne bovina.
O escândalo da carne de cavalo disfarçada de carne bovina começou na Irlanda no mês passado e foi sendo disseminado por vários países da Europa. Supermercados do Reino Unido, França, Alemanha e Suíça já retiraram produtos como lasanhas congeladas, hambúrgueres e massas à bolonhesa de suas prateleiras. Análises comprovaram que o produto vendido como carne bovina continha carne de cavalo. Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o caso, que pode não ser isolado, está ligado às barreiras impostas à importação de matéria prima pelos países que compõem o bloco.
- Passa a haver necessidade da matéria prima, quando se busca o material internamente. Se você vê que o seu negócio está inviabilizado, a alternativa normal é passar para uma composição que seja viável financeiramente. A explicação está aí , faz parte do bloqueio estabelecido desde 2005, onde a Europa conseguiu bloquear o acesso que tínhamos até então - explica Antônio Jorge Camardelli.
O caso, que repercutiu em todo o mundo, pode respingar nos negócios dos exportadores brasileiros, e alguns analistas de mercado esperam uma redução nas vendas para União Europeia já a partir do próximo mês. A boa notícia é que, mesmo que isso aconteça, o setor não deve ter grandes prejuízos.
- A União Europeia tem uma representação pequena dentro da pauta de exportação do Brasil. Mesmo que o mercado caia, os efeitos sobre as exportações brasileiras devem ser pequenos. Com o tempo, a percepção do consumidor sobre o produto vai se recuperando. Foi assim com a vaca louca e a gripe aviária. Normalmente, o sistema volta a ter credibilidade - afirma o analista José Carlos Hausknecht.
No Brasil, situações como a registrada na Inglaterra podem ocorrer, afirma Luis Carlo Colella Ferro, especialista em rastreabilidade. Para ele, os instrumentos disponíveis para rastrear o gado são muito eficientes até o momento do abate. A partir daí, faltaria controle.
- Todas essas tecnologias e informações não são repassadas ao processo de controle após o abate. Acabamos perdendo todo o investimento em rastreabilidade feito em campo que não conseguimos levar até o nível do consumidor.
O presidente da Abiec, porém, considera satisfatório o processo de controle realizado atualmente no país. Segundo Camardelli, o Brasil deve utilizar de maneira positiva o episódio da Inglaterra e mostrar todo o trabalho realizado pelo setor daqui.
- Nós já temos o boi verde, não usamos promotor de crescimento, temos preços competitivos, não temos histórico de fraude. O Brasil passa a ser visto como mais um item de exportação para o resto do mundo.

Fonte:Site da Carne – 22/02/2013

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