“A pesagem, que hoje é feita pelos frigoríficos na fase pós limpeza, passará a ser feita em três momentos: logo após o abate, depois da retirada do couro e das vísceras e depois da limpeza dos animais abatidos”, explica Rogério Beretta, superintendente do sistema Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).
Com o procedimento, os criadores esperam diminuir as alegadas diferenças no peso dos animais destinados ao abate. Em reuniões realizadas pela Famasul, produtores da região Sul do Estado chegaram a alegar que o peso da carcaça limpa registrado no frigorífico apresenta rendimento aproximado de 47% em relação ao peso do animal registrado na propriedade. Normalmente, a relação entre a carcaça no frigorífico e o boi pesado ainda na fazenda fica em torno de 53%.
O novo modelo vai contar com balanças lacradas e um software que vai transmitir as informações para um banco de dados que será analisado por uma comissão composta por membros da indústria e do setor produtivo. “Estamos nos baseando em modelo já usado com sucesso no Uruguai, mas lá são sete balanças”, explica Beretta.
Os testes terão início no primeiro trimestre de 2013 na planta de Campo Grande do JBS e devem durar entre seis meses e um ano. “Vamos colher os dados para tentar evoluir na forma de pagamento”, conclui Beretta.
“A pesagem e a classificação da carcaça sempre foram objetos de contestação dos produtores. Esperamos que essa seja a primeira de uma série de iniciativas de consenso entre os elos, as quais são necessárias para o fortalecimento da cadeia da carne, com o qual todos saem ganhado”, afirma Eduardo Riedel, presidente da Famasul.
Após a fase de teste a expectativa é que o modelo seja ampliado para todas as unidades de abate do JBS em Mato Grosso do Sul. Para Wesley Batista, presidente da multinacional, a medida soma esforços para fortalecer a cadeia da pecuária. “Precisamos investir na imagem do produto e no crescimento do consumo”, sintetiza.
Além da presidência da Famasul e Acrissul/Fenapec, o projeto contou com o aval da secretária de Produção e Turismo (Seprotur/MS), Tereza Cristina Correa da Costa Dias, e de representantes da Sociedade Rural Brasileira (SRA), Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e da União Democrática Ruralista (UDR).
Fonte:Portal DBO – 13/12/2012
Gepecorte comentaQualquer iniciativa que torne transparente a pesagem nas indústrias frigoríficas é bem vinda. As queixas por parte da maioria dos pecuaristas que temos contato e que fazem abate de seus animais seja nos frigoríficos de grande porte ou no "frigomato" é de quebra da pesagem entre a fazenda e o abate. É necessário que o mercado e os setores que compõem a cadeia produtiva da carne entendam que o tempo é do ganha-ganha.
Criar uma relação de credibilidade e confiança será o caminho para que o setor se fortaleça.
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