terça-feira, 15 de maio de 2012

Pecuaristas do país se mobilizam contra monopólio da cadeia da carne

As principais entidades representativas do setor pecuário nacional realizam na segunda, dia 14, em Campo Grande (MS), uma mobilização contra a concentração da cadeia da carne bovina no País. De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrisul), Francisco Maia, grandes grupos frigoríficos estão comprando empresas pequenas e médias, ampliando o risco de monopólio no setor.

Alguns frigoríficos menores são adquiridos e fechados ou levados à falência, deixando os pecuaristas sem opção para a venda de bois. A concentração, segundo ele, favorece a manipulação de preços.
- A arroba do boi caiu 6% nas últimas semanas, mas não houve redução de preço para o consumidor ,afirmou.
— É preciso que saibamos nos posicionar em relação a este entrave que vem sendo desenhado pela concentração da indústria frigorífica. Se não agirmos unidos e com eficiência, poderemos nos tornar no futuro meros integrados, como já acontece na produção de suínos e aves — compara Maia.

Ele diz que esse alerta encontra respaldo em todas as análises de mercado.
Participam também da mobilização a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Exportadores de Boi em Pé do Pará, Associação Brasileira de Criadores de Gado Zebu (ABCGZ), Associação Nacional de Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), Associação de Fazendeiros do Alto Xingu (AFAX), Sociedade Rural Brasileira (SRB) e União Democrática Ruralista (UDR).
Fonte: Beef World – 14/05/2012

 OPINIÃO
Sempre que se discute as relações entre produtor e indústria frigorífica, fica clara a desvantagem,dos fazendeiros em relação ao setor industrial. Não creio que somente o alto poder de barganha, ditado pela característica de "commoditie" da carne bovina exercido pelos frigoríficos, possa ser responsabilizado por esse desnivelamento. Não há dúvida que a concentração por que passa atualmente o setor tem agravado a situação. Ainda mais quando o BNDES, que no meu entender, tem extrapolado a sua função como agência de fomento, vem injetando grande somas de reais em conglemerados frigoríficos. Mas será preciso que os produtores assumam sua importância como classe, e se utilizam deste poder, com ferramentas modernas de gestão de mercado que certamente lhes possibilitará melhores negociações no futuro.

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