A crise internacional não muda o quadro desenhado para o agronegócio e para a demanda por alimentos nos próximos anos, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. Para ele, caso os Estados Unidos e alguns países europeus entrem em recessão, pode haver uma freada nas economias do mundo emergente. Mas esses países continuarão puxando a demanda por comida.
"A renda e o consumo devem seguir aumentando nesses países. O mercado chinês e asiático tem um bocado para avançar". Ele também avalia que o dólar deve continuar fraco, o que beneficia os preços dos produtos negociados nessa moeda, caso das commodities agrícolas. "A evolução da gestão da crise sugere que o dólar permanecerá frágil. E a fraqueza do dólar ajuda a dar piso para as commodities."
No médio e longo prazos, Mendonça de Barros prevê que as mudanças estruturais no mercado de alimentos, como a adoção de biocombustíveis pelo mundo, também serão fatores de sustentação das cotações agrícolas. "Os preços se alteraram no século 21 porque a demanda passou a mandar no mercado."
Ele disse que o cenário de consumo forte de alimentos deve continuar por mais dez anos a 15 anos, a depender do crescimento da China e outros asiáticos e da demanda por energia. "As condições de demanda são de tal natureza que, para alterar isso, teríamos que desmontar o cenário asiático", diz.
A matéria é de Ana Conceição e Eduardo Magossi, publicada na Agência Estado
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