segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ministério da Justiça quer investigar concentração de frigoríficos

O Ministério da Justiça está disposto a abrir uma nova investigação para apurar o que considera concentração do poder de mercado das principais indústrias frigoríficas do país. Em audiência ao Senado, na sexta-feira, a Secretaria de Direito Econômico (SDE) afirmou haver um "significativo poder de compra" dos frigoríficos registrados pelo Ministério da Agricultura. E informou estar de "portas abertas" para aprofundar "análises" sobre o segmento.

"Existe um significativo poder de compra dos frigoríficos do SIF (Serviço de Inspeção Federal). E esse poder de compra é tão ou mais lesivo do que o poder de venda. É um mercado concentrado e sugere exercício de poder de mercado", afirmou a coordenadora-geral de Análise de Infrações na Agricultura e Indústria da SDE, Marcela Gomes Fernandes.
Em 2006, a SDE recomendou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), após 17 meses de investigação, a condenação de oito empresas e 13 dirigentes por "cartelização". Estavam na lista Minerva, Mataboi, Estrela D'Oeste, Marfrig, Friboi (hoje JBS), Bertin, Frigol e Franco Fabril.
Agora, a SDE ameaça abrir um novo procedimento por indícios de concentração. "Estamos de portas abertas para analisar o setor de forma mais profunda. Esperamos ser chamados a participar de uma investigação e verificar a existência de indícios", disse a coordenadora. "Mas isso não cai no nosso colo. Contamos com a colaboração do setor".
Comentando: Se existe uma concentração do mercado na mão de poucos frigoríficos o que não dizer aqui da Bahia onde a grosso modo nem temos frigoríficos.Excetuando o Bertin (Hoje JBS) em Itapetinga e o Frisa no Sul da Bahia onde parte da produção é adquirida e comercializada pelo próprio frigorífico todos os outros são meros prestadores de serviço ou têm volume inexpressivo no abate de bois na Bahia.
Esta situação deixa o pecuarista na mão de poucos compradores que ditam o preço da @ do boi. Não vamos nos iludir com os atuais preços que são decorrentes de uma situação específica de falta de bois e não de uma concorrência sadia entre os frigoríficos.

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