A intenção do produtor de Mato Grosso em investir no sistema de confinamento de gado registrou um aumento de 29,93% este ano com relação ao ano passado. Em 2010 foram confinados 592.834 mil animais e este ano subiu para 770.266 mil, isso representa 46% da capacidade de confinamento no estado, que pode atingir até 1.673.620 animais em dois giros de produção. "Esse número só vem confirmar o que estamos falando desde o início do ano: o gado de Mato Grosso não tem pastagem e uma das alternativas é o confinamento, por isso esse aumento", disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) Luciano Vacari.
Mas, apesar desse aumento de quase 30%, o gado confinado não será suficiente para atender a demanda dos frigoríficos. No mês de setembro, quando será entregue o maior percentual do gado confinado, o número de animais vai representar 20% da produção, o que significa dizer que atenderá a 40% da capacidade de abate dos frigoríficos, "os outros 60% as indústrias terão que buscar o boi gordo no pasto e essa oferta será restrita, o que nos leva a dizer, que pode faltar boi gordo", ressalta Vacari. Ele lembra ainda que a oferta de boi confinado se concentra em alguns meses do ano "e isso não atende a demanda do mercado". Por conta da falta de pastagem, a escala de entrega do gado confinado também foi antecipada. Em 2010 apenas 3% do confinamento foi entregue em junho, este ano a previsão é que suba para 10%.
A falta do boi gordo em Mato Grosso é resultado do alto abate de fêmeas registrado no período de 2005 a 2007, pela morte de 2,28 milhões de hectares de pastagem no estado que morreram devido a forte seca de 2010, ataques de pragas e outros 5 milhões de hectares de pastagem que estão degradados. "Esses pontos refletem diretamente na oferta de animais e por falta de comida para o gado o produtor tem que ter duas preocupações na hora de optar pelo confinamento, que é o estar perto de regiões que produzem grãos e dos frigoríficos", analisou Vacari.
Comentando: Notícia para os pecuaristas ficarem atentos e pensarem nos preços da @ do boi pra o segundo semestre
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